quinta-feira, 27 de junho de 2013
O tratamento de Galvanopuntura/Eletrolifting
A galvanopuntura associa a corrente contínua filtrada com intensidades na ordem dos microamperes com o estímulo mecânico da agulha (pólo negativo). Combina os efeitos intrínsecos da corrente galvânica e os efeitos decorrentes da inflamação aguda provocada pela agulha.
Na estria a introdução subepidérmica da agulha causa uma resposta inflamatória aguda, porém localizada, exacerbada pela corrente. A região é preenchida por exsudado inflamatório, iniciando-se em simultâneo o processo de reepitelização, obrigando as células epidérmicas a penetrar pelo interior da fenda provocada pela agulha. A galvanopuntura é portanto, capaz de desencadear proliferação vascular, neovascularização, síntese de colagénio, retorno da sensibilidade e consequentemente melhoria do aspeto da estria.
Eletrolifting: Embora a utilização na estria seja mais comum e esteja mais estudada, a corrente galvânica também tem sido aplicada com bons resultados na redução de rugas e linhas de expressão, sendo as bases fisiológicas as mesmas que no tratamento da estria.
Indicações da galvanopuntura:
Estrias;
Envelhecimento cutâneo
Contra-indicações da galvanopuntura:
Propensão a quelóide;
Síndrome de Cushing;
Diabetes;
Hemofilia;
Toma frequente de corticóides;
Pacemaker;
Patologias circulatórias;
Alergia a metais;
Distúrbios de sensibilidade.
Precauções da galvanopuntura:
Vitiligo;
Psoríase;
Indivíduos com muita tendência a alergias;
Vegetarianos (averiguar se compensam a carência de proteína animal).
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Sabendo mais sobre Cicatrizes Hipertróficas e Queloides
Cicatrizes Hipertróficas e Queloides são o resultado de uma alteração determinada por fatores genéticos no processo normal de cicatrização causando o aparecimento de cicatrizes anômalas.
O resultado final de uma cirurgia e a qualidade estética de uma cicatriz dependem de diversos aspectos relacionados ao ato cirúrgico e ao paciente. Problemas relacionados a cicatrização normal podem provocar o surgimento de cicatrizes alargadas e muito inestéticas, ou mesmo provocar a perda da cirurgia.
Para que uma cicatrização adequada ocorra é preciso que o mecanismo responsável pela sua realização esteja em perfeito funcionamento. Distúrbios genéticos, Hereditários, podem causar alteração no mecanismo normal de cicatrização e com isto cicatrizes anômalas podem surgir.
A cicatriz tem por finalidade reparar um dano causado em nosso corpo preenchendo o espaço, o buraco, resultante da morte das células do tecido traumatizado de maneira a fechar este espaço e manter a integridade interna de nosso corpo.
Nosso organismo possui mecanismos que detectam quando a cicatriz produzida conseguiu reparar o dano causado e com isto o processo de cicatrização é parado e não há mais a produção de cicatriz.
Quando estes mecanismos não são ativados nosso corpo continua a produzir cicatriz mesmo quando o tecido lesado já foi completamente reparado. O resultado disto é a produção de um excesso de tecido cicatricial que ultrapassa os bordos da região que esta sendo reparada ou ate mesmo invade as regiões próximas.
A cicatriz é um tecido fibroso, portanto diferente dos tecidos normais para o reparo dos quais a cicatriz foi produzida. Sendo apenas um tecido fibroso que tem por finalidade unir os tecidos lesados não possui as mesmas características que o tecido normal tem. Isto é muito visível quando a cicatriz esta localizada na pele e as diferenças entre a pele normal e a cicatriz podem ser vistas ou mesmo palpadas, pois alem de aspectos visíveis a textura de uma cicatriz é bem diferente da textura normal da pele que a cerca.
Se os mecanismos de detecção de que o reparo esta completo não são ativados, o que ocorre em certos grupos étnicos, principalmente em pessoas de pele negra, a cicatriz continua a ser produzida de maneira que o tecido fibroso resultante cresce e elava-se para fora dos limites da área em cicatrização, e da pele normal, formando assim uma tumoração de tecido fibroso que da a cicatriz resultante um aspecto bem diferente de uma cicatriz normal.
Nesta situação podem surgir dois tipos de cicatrizes anômalas: A cicatriz Hipertrófica e os Queloides.
Ambos são cicatrizes elevadas com excesso de tecido fibroso cicatricial resultado da perda da capacidade do organismo em reconhecer o termino da cicatrização. O exato motivo que causa este processo ainda não é conhecido pela medicina e este mecanismo ainda permanece uma icógnita ate os dias atuais.
Como não é conhecido o exato mecanismo que leva a sua formação ainda não existe na medicina uma forma eficaz de evitar o formação de Queloides nem de Cicatrizes Hipertróficas.
Apesar de serem resultado do mesmo processo Queloides possuem características que os diferem das Cicatrizes Hipertróficas.
Os Queloides tem como principal característica de serem verdadeiros tumores de cicatriz pois crescem e invadem tecidos são ao redor da cicatriz. Inicialmente o crescimento de um Queloide é acelerado, após algum tempo do seu surgimento este passa a ser lento quase imperceptível e o tamanho da lesão quase não sofre mudanças, o que chamamos de fase de estabilidade. Mas se ocorrer qualquer estimulo sobre o Queloide este pode voltar a crescer rapidamente modificando o seu tamanho original podendo dobrar seu tamanho ou ate mesmo gerar uma cicatriz várias vezes maior que a anterior, e ate que a lesão entre novamente na fase de estabilização não é possível prever qual será o tamanho final da lesão.
A principal causa de estimulo para o crescimento dos queloides são os estímulos para que o processo de cicatrização seja ativado. Qualquer situação que estimule o processo de cicatrização, como um trauma sobre o Queloide, estimula o seu crescimento.
Uma vez que surgem os Queloides não desaparecem e não ocorre redução do seu tamanho.
Outra característica típica dos queloides é o prurido. Geralmente as cicatrizes queloidianas coçam muito levando o paciente a coçar a região causando escoriações no Queloide o que estimula o seu crescimento.
Existem áreas de nosso corpo que são mais suscetíveis ao aparecimento de Queloides como a região pré esternal, lóbulo das orelhas, terço inferior do abdômen, região deltóide. Já outras áreas como as pálpebras, dorso das mãos e dos pés é extremamente raro o aparecimento de queloides, sendo estas regiões “quase imunes” a isto.
As Cicatrizes Hipertróficas como os Queloides são elevadas e formadas pelo excesso de tecido fibroso depositado no local da cicatriz. São caracterizadas por não invadirem tecido são, seu crescimento respeita os limites da ferida inicial. Sofrem um crescimento na fase inicial atingindo um certo tamanho após o qual este crescimento para de ocorrer e não há mudanças no seu tamanho. Após atingir o crescimento máximo as Cicatrizes Hipertróficas sofrem regressão espontânea e seu tamanho vai diminuindo progressivamente ate que elas voltam a ter o aspecto de uma cicatriz normal não mais ultrapassando o nível da pele normal.
Raramente são acompanhadas de prurido local, e, quando estimuladas por traumas podem não sofrer mais crescimento.
Após a regressão o resultado final de uma Cicatriz Hipertrófica pode ser o de uma cicatriz normal alargada, que geralmente não possui um aspecto estético muito bom mas é muitas vezes melhor que o aspecto final de um Queloide.
Uma pessoa que tenha uma cicatrização que forme Queloides sempre irá ter este tipo cicatrização, ou seja, qualquer que seja o a origem do trauma (uma cirurgia ou um acidente) irá ocorrer a formação de um Queloide.
Já uma pessoa que tenha tido em um determinado momento a formação de uma Cicatriz Hipertrófica pode não ter a mesma ocorrência em um novo trauma no mesmo local da primeira ou em outro local qualquer de seu corpo.
Assim, pessoas com Queloides sempre que são submetidas a cirurgia acabam por ter um resultado estético muito ruim pela qualidade da cicatriz que elas produzem e se for possível deve-se evitar qualquer tipo de cirurgia neste tipo de paciente.
Algumas pessoas se referem a cicatrizes de baixa qualidade estética como se fossem Queloides. É muito comum ouvir uma paciente dizer que “tem Queloide” pois após a sua cesárea a cicatriz ficou esteticamente ruim e o “médico” disse que o que aconteceu foi a formação de um Queloide, quando na verdade a paciente tem apenas uma cicatriz da má qualidade que nem de perto tem o comportamento de um Queloide.
Esta situação caracteriza uma desinformação geral. Primeiro por parte do médico que fez diagnóstico de uma lesão Queloidiana em uma cicatriz de ma qualidade e segundo pela paciente que passa a carregar este estigma de ter Queloide e temer que novas cicatrizes de ma qualidade se formem em seu corpo em caso de necessidade de uma cirurgia.
Como foi dito os Queloides tem um comportamento característico e não devem ser confundidos com cicatrizes de má qualidade, nem com cicatrizes hipertróficas, pois estas últimas possuem tratamento e o resultado final sempre é bom mas as lesões queloidianas tem o seu tratamento feito de forma empírica e um elevado índice de recidivas que fazem desta lesão uma das lesões mais temidas pelos cirurgiões plásticos pelo seu aspecto altamente inestético e de difícil solução.
Dr. Iversen Ferrante Boscoli
quinta-feira, 13 de junho de 2013
O que é a Terapia de indução do colágeno
A terapia de indução de colageno (TIC), também conhecida por micronnedling ou mais vulgarmente dermaroller, consiste numa terapia transdérmica com recurso a um dispositivo composto por um rolo com fileiras de micro-agulhas que podem ter diferentes profundidades, desde 0,2 a 3mm.
Esta terapia utiliza dois mecanismos de ação:
Indução natural da síntese de colagénio – a lesão levada a cabo pela penetração das micro-agulhas na camada epidérmica, desencadeia uma cadeia de reações químicas e biológicas com o propósito de regeneração/cicatrização tecidular. Assim sendo, as plaquetas produzem fatores de crescimento, com aumento da densidade de fibroblastos que por sua vez levam há produção de colagénio (III na fase aguda e I após tratamento) elastina e glicosaminoglicanos. Em paralelo é incrementada a neovascularização. Mais recentemente, surgiu uma teoria que apoia que esta síntese de colagénio pode ser desencadeada por um efeito bioelétrico. A estimulação exercida pela picada da micro-agulha (<1 data-blogger-escaped-a="" data-blogger-escaped-as="" data-blogger-escaped-assim="" data-blogger-escaped-br="" data-blogger-escaped-c="" data-blogger-escaped-celular="" data-blogger-escaped-condutividade="" data-blogger-escaped-de="" data-blogger-escaped-diferencia="" data-blogger-escaped-diretamente="" data-blogger-escaped-e="" data-blogger-escaped-el="" data-blogger-escaped-elementos="" data-blogger-escaped-encurtando="" data-blogger-escaped-endoteliais="" data-blogger-escaped-favorecendo="" data-blogger-escaped-fibroblastos="" data-blogger-escaped-fundamentais="" data-blogger-escaped-i="" data-blogger-escaped-incrementa="" data-blogger-escaped-intercelulares="" data-blogger-escaped-levando="" data-blogger-escaped-lulas="" data-blogger-escaped-mm="" data-blogger-escaped-nicas="" data-blogger-escaped-nomeadamente="" data-blogger-escaped-o="" data-blogger-escaped-para="" data-blogger-escaped-produ="" data-blogger-escaped-reparadora.="" data-blogger-escaped-resposta="" data-blogger-escaped-rias="" data-blogger-escaped-trica="" data-blogger-escaped-trocas="" data-blogger-escaped-v=""> Sistema de liberação transdérmica – o microagulhamento efetuado nas várias direções permite a abertura de micro-canais transcelulares para penetração de princípios ativos, possibilitando a permeação de substâncias hidrofílicas e de grande tamanho molecular.
A TIC tem como principais vantagens ser um procedimento minimamente invasivo, com curto período de recuperação após tratamento e é de baixa toxicidade.
Indicações da TIC:
Rugas;
Flacidez dérmica;
Cicatrizes e estrias;
Queda de cabelo;
Hiperpigmentação;
Fibro edema gelóide;
Lipodistrofia localizada.
Contra-indicações da TIC:
Território com alterações vasculares;
Gravidez e amamentação;
Alergia a metais;
Alteração de sensibilidade;
Neoplasia;
Afecções dermatológicas na área a tratar;
Processos inflamatórios/infecciosos;
Áreas hemorrágicas;
Feridas.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Aspectos atuais da fisioterapia dermato funcional
Na atualidade, existe uma constante busca por um corpo perfeito, no qual os efeitos cronológicos do envelhecimento e um corpo esbelto, propagado na mídia devem ser e mantidos a qualquer preço. Dentro deste contexto a Fisioterapia Dermato Funcional teve um crescimento exponencial nos últimos anos. Os profissionais especializados nesta área, através dos seus recursos terapêuticos podem proporcionar ao paciente não só a melhora dos aspectos estéticos quanto á da autoestima e bem-estar. Não devemos esquecer que, a especialidade de Dermato Funcional tem uma ampla atuação na área da reabilitação dermatológica, que no qual é pouco propagada; como atuação em pacientes queimados, dermatites, vitiligo, elefantíase, linfedemas, pré e pós-operatório, enxertia, pós-necrose de retalhos, deiscência de suturas, cicatrização de ulceras, verrugas, sequelas de acne, psoríases, foliculite, síndrome acrocianótica entre outros aspectos. Desta forma, temos uma visão que a especialidade não tem só objetivo estético e sim na prevenção, promoção e recuperação do sistema tegumentar, tendo como resultado a recuperação funcional.
Devemos lembrar que, a atual Dermato Funcional ou antigamente conhecida como Fisioterapia Estética passou por momento críticos. Os primeiros relatos de fisioterapeuta atuando na área de estética são da década de 70, já as primeiras publicações cientificas surgiram, somente na década de 90. Nesta época nós éramos discriminados até pela própria classe, não tínhamos o reconhecimento dos Conselhos Federais, Regionais e a produção cientifica de âmbito nacional e internacional era escassa. Hoje temos certeza que este cenário mudou radicalmente, temos o reconhecimento internacional e pelos conselhos de classe, o tal “preconceito” propagado entre os nossos colegas caiu por terra, onde visualizamos o aumento da demanda de serviços e profissionais especializados na área, além de eventos científicos (congresso, encontros, simpósio e cursos de extensão universitária).
Crescemos muito e esta é uma área que ainda tem muito por crescer, do ponto de vista científico. Devemos cada vez mais, praticarmos uma Dermato Funcional baseada em evidências, independentemente de interesses pessoais ou de grupos, mas visando a saúde da população. Sabemos que precisamos continuar mudando, e estas mudanças significam incomodar, provocar e colocar em confronto argumentos que proporcione um melhor respaldo no ato profissional do especialista em Dermato Funcional, de acordo com os avanços tecnológicos. Devemos entender que, Dermato Funcional já faz parte da realidade da Fisioterapia, encarando do ponto de vista social, devidamente estabelecida, e consequentemente, tem responsabilidade importante a cumprir no âmbito da saúde brasileira.
Deve ser salientado que a especialidade não veio com finalidade de substituir outro profissional, ao contrario, vem acrescentar e preencher lacunas (que é por sua competência) e ocupar o lugar dentro de uma equipe interdisciplinar que assiste a estética da sociedade e que objetiva acima de tudo a Saúde Humana, vistos nos mais amplos sentidos.
Espero que esta coluna torne-se um canal de discussão e informação dos principais temas atuais da Dermato Funcional. Estamos abertos para estarmos solucionando eventuais dúvidas pertinentes a especialidades.
Segue abaixo o meu e-mail para eventuais dúvidas ou sugestões das próximas edições: beltraoesthetic@yahoo.com.br