quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Fisioterapia Dermato Funcional no mundo

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A especialidade de Fisioterapia Dermato Funcional nasceu no Brasil, mas antes era conhecida como Fisioterapia Estética. Após uma decisão de um grupo de profissionais especializados, foi modificada para Fisioterapia Dermato Funcional, que atende muito mais ao conceito de recuperação da funcionalidade da pele – objetivo de quem atua nesta área – sendo a estética uma consequência dos resultados obtidos. Em 2010 a especialidade foi reconhecida através da Resolução COFFITO nº. 362 de 20 de maio de 2009.

Diante do exposto, a Fisioterapia Dermato Funcional prevê a prevenção, promoção e recuperação do indivíduo no que se refere aos distúrbios endócrino/metabólicos, dermatológicos, circulatórios e/ou musculoesqueléticos, usando para tal a arte de prevenir e restaurar as alterações patológicas. Conforme a Resolução 80: "Lançando mão de conhecimentos e recursos próprios, com os quais, baseando-se nas condições psico – físico – social, busca promover, aperfeiçoar ou adaptar através de uma relação terapêutica, o indivíduo a uma melhor qualidade de vida." Ainda no entendimento que ciência não é algo limitado para o termo aplicado, os profissionais dedicados a esta área têm demonstrado a cada dia uma evolução que qualifica e embasa os fundamentos que preconizam o verdadeiro sentido de ciência. Ao observarmos os recursos utilizados na área atual verificamos que a fisioterapia domina tais recursos, tanto no aspecto teórico quanto prático; assim a classe começou a interessar-se pelo assunto, surgindo a Fisioterapia Dermato-Funcional.

Guide to Physical Therapist Practice (2001) aponta a área correspondente à Dermato Funcional como responsável pela integridade do sistema tegumentar geral, associado às alterações superficiais da pele. A Fisioterapia Dermato Funcional atua em disfunções que afetam direta ou indiretamente a pele, visando fundamentalmente atuar diretamente na capacidade funcional do indivíduo.

Esta nova área da Fisioterapia passou a atrair muitos adeptos, iniciou sua base científica e hoje servimos de modelo para outros países. A Argentina e o Chile foram os primeiros a apresentar profissionais interessados em buscar uma atuação mais parecida à preconizada no Brasil e atualmente outros países como Venezuela, Portugal e Espanha, estão interessados em iniciar esta especialidade.

No Chile, já encontramos uma Sociedade de Fisioterapia Dermato Funcional organizada, com adeptos e este conceito esta permeando a formação do Fisioterapeuta, já surgindo disciplinas na formação de graduação para preparar o aluno nesta especialidade.

Acredito na expansão da Fisioterapia Dermato Funcional em outros países de forma positiva, como forma de enriquecimento profissional, permitindo que esta área seja mais conhecida e mais valorizada.

por Patricia Froes  - Fonte

sábado, 16 de novembro de 2013

Como cuidar da cicatrização para evitar alterações na pele?

Queimaduras – InterFISIO

Machucados, lesões, cirurgias, acnes: são vários fatores que podem deixar cicatrizes na pele. Porém, se essas marcas não forem bem cuidadas, elas podem sofrer alterações e ficar com a aparência ruim.

O tempo é fundamental para a cicatrização e é importante respeitá-lo – quando ocorre um corte na pele, por exemplo, a camada mais superficial e fina demora de 7 a 10 dias para fechar. Depois, a epiderme leva até 28 dias para se refazer e a derme, camada mais profunda da pele, pode levar até 6 meses. Isso acontece porque os fibroblastos precisam de meses para produzir o colágeno necessário para regenerar aquela pele.

O ideal é que, na cicatrização, um lado da pele se uma ao outro e deixe somente um risco. Porém, algumas pessoas têm dificuldades nesse processo e podem ficar com uma aparência ruim.

Regiões de dobra do corpo, como joelhos, cotovelos e ombros e o tórax, que se movimenta com a respiração, costumam ter uma cicatrização ruim porque a pele não fica parada. Já as costas e a panturrilha também podem ter complicações porque a pele é tensa e esticada nesses locais e tem dificuldade se unir e cicatrizar. Por isso, uma das recomendações após uma cirurgia, por exemplo, é evitar fazer esforço físico para que a cicatriz não abra ou fique alargada.

Para evitar alterações nas cicatrizes, outra dica é informar ao médico se já teve alguma cicatriz hipertrófica ou queloide antes de fazer qualquer procedimento cirúrgico. No entanto, como lembraram as dermatologistas, cada área do corpo cicatriza de uma maneira, ou seja, não é porque a cicatriz ficou com problema em uma região que ela ficará em outra. Sinais como coceira, dor, elevação, vermelhidão e endurecimento após o 1º mês podem indicar que a cicatriz está com alguma alteração. Nesses casos, é extremamente importante procurar imediatamente um médico porque quanto antes a cicatriz for tratada, menores as chances de ela ficar com uma aparência ruim.

Em relação a ferimentos, é importante ainda tomar alguns cuidados na hora de fazer o curativo para melhorar a cicatrização.

Em caso de um machucado superficial, a dica é jogar água corrente, secar com um pano limpo e limpar o local com soro fisiológico ou água fervente. Depois, é bom fechar a lesão com uma atadura, um ferimento coberto cura até 4 vezes mais do que um ferimento exposto.

Em caso de queloide, quando o colágeno é produzido em excesso, é importante tratar logo no início para evitar que ele chegue a um tamanho muito grande. Os tratamentos são feitos com infiltração de corticoide uma vez por semana e quimioterapia com injeção de medicamento na cicatriz. Em alguns casos, ele pode ser removido também com cirurgia e, no caso do queloide na orelha, um brinco de pressão após a operação pode evitar que ele volte. Já a cicatriz hipertrófica, quando fica grossa, pode acontecer em qualquer parte do corpo e também pode ser tratada.

Uma das opções para melhorar o aspecto da cicatriz é o laser, que deve ser indicado após uma avaliação médica.

Mas como alertaram as dermatologistas, esse tratamento apenas suaviza a coloração e a textura, não faz a marca desaparecer. O mesmo vale para as estrias, que são tipos de cicatrizes, principalmente as brancas – as avermelhadas são mais recentes e podem responder melhor ao tratamento.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Correntes elétricas utilizadas na estética

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Nos tratamentos modernos de estética facial, todo profissional de estética, fisioterapia ou medicina estética, tem hoje em dia uma vasta opção quanto aos mais variados aparelhos que vão do mais simples, como a maleta domiciliar , aos mais sofisticados microprocessados e até computadorizados.

Toda essa avançada tecnologia contribui para uma resposta efetiva e mais rápida, satisfazendo plenamente o profissional, e, consequentemente o cliente que se submete aos tratamentos tem grandes resultados. 

Aproveitando-se dessas correntes, que tem conceitos baseados na física, foram desenvolvidos no decorrer de estudos eletrônicos voltados para a estética e fisioterapia, novos equipamentos com maior capacidade de aplicação obtendo-se resultados surpreendentes.

A corrente elétrica pode ser contínua ou alternada.

Tipos de correntes utilizadas na estética:

  • Corrente Galvânica

  • Corrente de Alta Frequência

  • Corrente Mista

  • Corrente Farádica

  • Microcorrente

Corrente Galvânica

A corrente galvânica está disponível nas polaridades positiva(+) e negativa(-), assim como as substancias a serem ionizadas.


  • Funções dessa corrente:

    Desincrustação - Limpeza profunda da pele;

  • Ionização - Introdução de substancias ativas dos produtos na pele;

Desincrustação - é a ação de desincrustrar, limpar a crosta que recobre a pele. É fazer uma saponificação mais profunda na pele, liberando o excesso de sebo e sujidades que recobrem e que se incrustam na capa córnea da epiderme.

A Ionoforese ou Iontoforese é a introdução no organismo de determinada substancia química decomposta pela corrente galvânica e os componentes ativos do produto cosmético migram para a intimidade da pele e se fixam nas moléculas dos tecidos, onde exerce sua função.

Corrente de Alta Frequência

É um tipo de corrente alternada de frequência elevada (+ ou - 10.000 Hz) transmitida por intermédio de eletrodos de vidro, os quais conduzem raios de calor, proporcionando diversos efeitos tais como:

  • Térmico;
  • Revitalizante;
  • Cicatrizante;
  • Ionizador;
  • Bactericida;
  • Desinfetante;
  • Anti-inflamatório;
  • Calmante.

A corrente de alta frequência equilibra o pH da pele conforme o eletrodo utilizado.

Seu uso é indicado em todas as limpezas de pele, proporciona melhor absorção de cosméticos nutritivos nos tratamentos de revitalização cutânea, provocando hiperemia e elevação da temperatura local.

Corrente Mista

A corrente mista é a utilização das duas correntes conjugadas, Galvânica e Farádica, as quais trabalham juntas através de eletrodos especiais, como o bipolar(par de esferas).

A finalidade é trabalhar a ionização(penetração das substâncias ativas) e a estimulação(tonificação dos músculos da face em regiões específicas), razão pela qual deve ser aplicada em peles flácidas.Essa corrente visa o rejuvenescimento , estimulando principalmente os músculos orbiculares dos olhos, masseter, zigomáticos e frontal, fazendo um lifting da expressão facial, onde a corrente farádica de forma isolada não é capaz de atingir.

Corrente Farádica

É uma corrente de estimulação muscular, pulsante, despolarizada de baixa frequência e baixa voltagem, caracteriza-se por sua capacidade de excitar nervos periféricos e músculos estriados. Possibilita a contração e a distinção muscular sob controle, dando origem a fenomenos motores, sensitivos ou vasomotores. Para se ter resultados satisfatório, a aplicação da corresnte deve ser feita de forma lenta, respeitando as ações de contração e relaxamento dos músculos proporcionando uma ginástica facial ou corporal.

Microcorrente

É um tipo de corrente galvânica modificada, como o próprio nome já diz (micro) é uma corrente contínua de baixa intensidade, ( que estimula as fibras), utilizando baixíssima amperagem de forma pulsada, promovendo uma tonificação dos tecidos, combatendo a flacidez muscular, amenizando as rugas de expressão da face, pescoço e colo.

A microcorrente acelera a produção de Trifosfato de Adenosina(ATP), sendo essa molécula a grande responsável pela síntese proteica e regeneração tecidual devido a sua participação em todos os processos energéticos da célula.

Através da passagem de ondas elétricas indolores, a microcorrente promove a estimulação do colágeno(aumento da produção de fibroblastos, que são as células que produzem as fibras colágenas, elásticas e reticulares), melhorando a oxigenação e hidratação da pele, diminuindo os sinais de envelhecimento e a flacidez do corpo e da face.

Contra -Indicações das correntes elétricas na estética

  • Cliente com prótese dentária(diminuir a corrente);
  • Clientes com pinos ou placas de metal no corpo;
  • clientes cardíacos ou portadores de marca passo:
  • Hipertensos
  • Clientes com pele sensível;
  • Durante o período de gravidez;
  • Tireoidismo;
  • Estado febril;
  • Peles com eczemas, feridas, queimaduras ou alergias cutâneas;
  • Clientes com câncer de pele
  • Portadores de epilepsia ou patologias neurológicas que contra indiquem aplicações de correntes elétricas.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Perguntas e respostas sobre Carboxiterapia

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O tratamento utiliza o CO2 - anidro-carbônico, um gás atóxico, não embólico e presente normalmente em nosso corpo como intermediário do metabolismo celular. O CO2 puro medicinal é o mesmo utilizado em cirurgia videolaparoscopica (para promover a dilatação abdominal), histeroscopia e como contraste em arteriografias.

Como a Carboxiterapia é realizada?


A Carboxiterapia é um método não cirurgico onde o CO2 é infiltrado no tecido sub-cutâneo através de uma agulha fina (como a de insulina). A partir do ponto de injeção o gás se difunde rapidamente para as áreas adjacentes.

Como e quando surgiu?

Desenvolvida na França nos anos 30 e liderada pelo Dr. Jean Baptiste Romuef através de um estudo de aproximadamente 20 anos. Desde então, vem sendo amplamente utilizada em várias áreas da medicina.


Quais as indicações do uso da Carboxiterapia?



A Carboxiterapia é atualmente utilizada para o tratamento da celulite, da flacidez cutânea, das adiposidades localizadas, de estrias e de cicatrizes inestéticas, além de ser um tratamento complementar à lipoaspiração.

Como funciona?
O gás carbônico é normalmente encontrado em nosso organismo. Em situações de repouso nosso corpo produz cerca de 200 ml/min do mesmo, aumentando em até 10 vezes frente a esforços físicos intensos. A ação farmacológica do anidro carbônico sobre o tecido é promover uma vasodilatação local, com conseqüente aumento do fluxo vascular e da pressão parcial de oxigênio (pO2), havendo redução da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, resultando em maior quantidade deste disponível para o tecido. Isto resulta na melhora da micro-circulação, da oxigenação dos tecidos (potencialização do efeito Bohr.Uma maior circulaçao sanguínea significa maior fluxo de oxigênio. O aumento do oxigênio é importante pois elimina a formação de fluidos entre as células. O resultado é um menor número de células gordurosas e um subcutâneo mais firme. Quando aplicado em camada mais superficial estimula a síntese de elastina e de colágeno contribuindo para a retração da pele que passará a ter melhor qualidade estética.


Quais são os possíveis efeitos colaterais?

Possíveis efeitos colaterais limitam-se a dor durante o tratamento, pequenos hematomas decorrentes da punção e sensação de crepitação no local e o aumento da pressão parcial que desaparece, em média, em até 30 minutos.Não é necessário fazer repouso ou qualquer outro tipo de precaução, já que você poderá retornar às suas atividades normais ao fim de cada sessão.

Quantas sessões são necessárias?

É possível notar a pele mais saudável, enrijecida e a redução de alguns centímetros nas medidas, normalmente, a partir da quinta a oitava sessão. O tratamento inclui de 10 a 20 sessões, divididas em uma ou duas vezes por semana. A sessão dura de 15 minutos a 30 minutos, dependendo da região.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Luz Intensa Pulsada




A luz intensa pulsada (IPL) é uma fonte de luz de alta intensidade, não colimada, não coerente e policromática. A sua utilização tem revelado eficácia no tratamento de diversas afeções cutâneas.


Este sistema utiliza uma fonte de luz com comprimentos de onda entre 400 e 1200nm de modo a atingir seletivamente as diferentes estruturas da pele, para tal, são utilizados filtros para limitar a amplitude dos comprimentos de onda. Quanto maior o comprimento de onda, maior é a profundidade atingida.

A pele apresenta cromóforos endógenos – água, hemoglobina e melanina e pode ainda apresentar cromóforos exógenos – pigmentação de tatuagens. Os cromóforos têm espetros de absorção próprios para cada comprimento de onda. Esta caraterística torna o IPL efetivo para lesões vasculares e pigmentares.

O princípio utilizado por esta terapia prende-se com a capacidade de absorção da radiação por determinado cromóforo localizado na derme ou epiderme, sem compromisso dos tecidos adjacentes da estrutura alvo que pode ser um pelo, telangiectasia, mancha hipercrómica ou pigmentos de tatuagens. Deve-se selecionar o comprimento de onda para o qual o cromóforo-alvo tenha absorção máxima.

O modo de atuação do IPL consiste na aplicação de energia luminosa com uma faixa de comprimento de onda específico em cromóforos alvo, que transformam a energia luminosa em energia térmica com a finalidade de gerar calor nas células adjacentes, propiciando a ocorrência de micro lesões localizadas e controladas através da desnaturação térmica de moléculas selecionadas – fototermólise seletiva.

O efeito do IPL depende do dano térmico seletivo, dirigido a um cromóforo em particular, como a hemoglobina nas lesões vasculares, o melanossoma nas lesões pigmentadas ou pigmentos exógenos como é o caso das tatuagens. Na epilação o alvo é a melanina da haste do pelo e da matriz, ocorrendo lise das células germinativas do bolbo.

O IPL é um recurso com efeitos na acne atuando na ativação de porfirinas, e consequentemente na inibição do processo inflamatório.

O IPL tem vindo a ser utilizada na remoção de tatuagens, visto que, a aplicação da radiação provoca microfragmentação dos pigmentos exógenos, que posteriormente são fagocitados por macrófagos.

Outra das aplicações do IPL é o fotorejuvenescimento. Estudos existentes revelam intensa produção de colagénio tipo I e III após algumas sessões de IPL. O mecanismo de atuação baseia-se na capacidade de fotobioestimulação - A luz incidente na derme é absorvida pelo sangue (hemoglobina), provocando dano térmico reversível do colagénio, com libertação de mediadores inflamatórios e estimulação do processo de cicatrização, desta forma, obtém-se contração e remodelação das fibras de colagénio concluído o período inflamatório.

A emissão multipulsada do IPL permite acumular mais energia sem afetar o tecido circundante, possibilitando a utilização em fototipos altos. Contudo, fototipos III, IV e V por conterem mais pigmento sentem muito mais a agressão, devendo a energia e o comprimento de onda utilizado levar em conta esse fator.


Indicações do IPL:
Epilação;
Hiperpigmentação;
Lesões vasculares (telangiectasias);
Envelhecimento cutâneo;
Cicatrizes;
Acne


Contra-indicações do IPL:
Neoplasias;
Doenças desencadeadas pela luz;
Peles recentemente bronzeadas e fototipo VI;
Medicamentos e cosméticos fotossensíveis nos 15 dias precedentes e posteriores à terapia;
Gravidez;
Diabetes;
Terapia anticoagulante;
Exposição solar direta nas 4 semanas pré e pós tratamento.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Como tratar os diversos tipos de cicatrizes



As marcas superficiais podem ser amenizadas em até 90% com dermoabrasão e peeling químico ou a laser. Porém, quando a cicatriz é profunda, na forma de furinhos, os tratamentos chegam a amenizá-las em apenas 60%. Nesse caso, duas ou mais técnicas são combinadas. "Depois de uma intervenção cirúrgica para resolver a depressão, podem usadas técnicas de preenchimento ou de lixamento para igualar a superfície da pele", explica dra. Ana Lúcia.

» Elimine as cicatrizes do rosto

Cicatriz provocada por ferimentos
Peeling de ATA suaviza as manchas acastanhadas e disformes. Se há alteração no relevo cutâneo, são recomendados preenchimento com gordura, ácido hialurônico ou colágeno. O efeito é temporário: dura de oito meses a um ano e meio. Já no caso de fibrose - formação excessiva de fibras, deixando a pele endurecida e esbranquiçada - pouco se pode fazer.

Cicatriz provocada por cortes cirúrgicos
Marcas escuras são suavizadas com a aplicação de ácido retinóico e clareadores. O uso continuado é capaz de igualar a tonalidade da pele. As manchas esbranquiçadas são difíceis de serem amenizadas. "A tatuagem tem sido usada para disfarçá-las. Mas ainda é uma técnica pouco desenvolvida e só deve ser feita por um médico", alerta a dermatologista.

Cicatriz provocada por queimadura
Em casos graves, somente a cirurgia plástica pode amenizar o problema, em até 70%. Nesse caso é feito o enxerto que, aos poucos, devolve a elasticidade da pele, alterada pela destruição dos tecidos. "O número de intervenções depende da extensão da cicatriz", diz o cirurgião-plástico. As manchas claras podem ser amenizadas com aplicação de ácido retinóico para uniformizar o tom da pele. Já as manchas mais escuras, podem ser suavizadas com o uso de hidroquinona (clareadores); e no caso de quelóides, com infiltração de corticóides.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Mímicas Faciais e o Kabat para Rugas


O envelhecimento é um processo natural do organismo, ocorre desde o nascimento, mas só aparecem sinais após a terceira idade. Está intimamente relacionado com a qualidade de vida do indivíduo.

A medicina, a fisioterapia e a estética promovem o desenvolvimento de técnicas destinadas a corrigir alterações do relevo cutâneo da face e de outras regiões do corpo, por meio de procedimentos clínicos, desde minimamente invasivos, com produtos químicos tópicos e injetáveis, até procedimentos cirúrgicos.

A estética lança mão de recursos manuais, como a massagem e cosméticos, atuando desde a preparação da pele para receber o tratamento, até a prevenção do seu envelhecimento.

A fisioterapia dermato-funcional utiliza técnicas, como galvanopuntura, iontoforese, microcorrentes, correntes excitomotoras, laser e ginástica facial, associadas aos cosméticos funcionais. Além dos tratamentos convencionais dentro da Fisioterapia Dermato-Funcional,temos também o método Kabat que é utilizado para Paralisia Facial,Distúbios de ATM e na Estética para as Ruguinhas!!!

Método de Kabat:  Este método, também designado de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (P. N. F.), promove e acelera as respostas dos mecanismos neuromusculares através da Estimulação dos receptores.

Facilitação: Em Biologia, significa aceleração ou promoção de um processo natural, na Reabilitação, visa a melhoria do movimento e em Fisiologia tenta elevar o estado central de excitação, diminuindo a resistência ao impulso nervoso nas sinapses. Este impulso prepara o axónio para o próximo estimulo, visando o aparecimento da acção do músculo. Todas as vezes que se fala em Facilitação (reabilitação), fala-se em inibição. Quando facilitamos, estamos a estimular, logo, aumentamos a estimulação, assim sendo, alcança-se a mudança da permeabilidade da membrana, ocorrendo a despolarização, caso o estímulo seja limiar.

Neuromuscular: Este método utiliza sempre a unidade motora (motoneurónio mais as fibras musculares por ele enervadas) que trabalha em relação a ser "tudo ou nada".

Proprioceptiva: Usa a estimulação dos receptores proprioceptivos, embora utilize todos os outros receptores. De acordo com Adler, S.; Beckers, D; Buck, M; 1999 (defensores do método de Kabat) o principal objectivo deste método visa conseguir o movimento normal que depende das acções integradoras do sistema nervoso central, da morfologia, da cinesiologia, do aprendizado do desenvolvimento motor e da conduta motora.

Os padrões utilizados neste tipo de tratamento, visam a utilização de valores positivos, como tal, trabalham-se as partes mais fortes, irradiando energia nervosa para as mais fracas(7). É ainda objetivo deste método, induzir ao doente a capacidade de usar as partes mais fortes, para que se obtenha a irradiação do impulso nervoso. Como processos básicos deste método, devem salientar-se:

Padrões de Movimento: Usa movimentos em massa, globais, que são executados nos três planos do espaço, feitos em diagonal e espiral. Cada sector do aparelho locomotor possui duas diagonais de movimento e cada diagonal tem dois padrões antagonistas entre si.

Estímulo e reflexo de estiramento: Fisiologicamente, são a mesma coisa. Na prática, o estímulo é o máximo de alongamento do músculo; é a posição do início de cada padrão, enquanto o reflexo de estiramento é a ultrapassagem rápida do limite dado ao estiramento.

Tracção – Aproximação – Contactos Manuais e Máxima Resistência: São utilizados para estimular os receptores da pele e daí a máxima resistência, que é variável de pessoa para pessoa, do tipo de contracção muscular (isotónica ou assimétrica) e do tipo de movimento. Tem como principal objetivo a irradiação do estímulo nervoso.

Comandos Verbais e Estímulos Visuais: Existe reflexos entre os Tubérculos Quadrigémeos Inferiores (visão) relacionados com o núcleo motor.

A Sequência dos Movimentos: Nas Paralisias Faciais, os estímulos devem ter início na porção superior da Face, mesmo que não seja esta a região mais afectada.

Exercícios de Kabat e Mímicas Faciais

O real valor da Fisioterapia pode não ter sido demonstrado em vários estudos, mas parece ter efeito benéfico no sentido de evitar deformidades e manter a flexibilidade e a elasticidade muscular durante o período de paralisia. Exercícios específicos podem ser indicados quando se observa esboço de movimento da musculatura envolvida. Estes não interferem na velocidade de recuperação, mas podem melhorar a função. As figuras que se seguem demonstram exemplos de alguns dos exercícios faciais que podem ser feitos enquanto durar a paralisia.

"Unir as Sobrancelhas": Este exercício tem como principal objectivo reforçar o músculo Supraciliar. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente unir as sobrancelhas, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região do músculo em questão. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Enrugar a Testa": Este exercício tem como principal objetivo reforçar o músculo Supraciliar. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente juntar as sobrancelhas à parte superior do nariz, enrugando a testa, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região do músculo em questão. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Elevar as Sobrancelhas": Este exercício tem como principal objectivo reforçar o músculo Frontal. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente levantar as sobrancelhas, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região do músculo em questão. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Fechar os Olhos Abruptamente": Este exercício tem como principal objectivo reforçar os músculos Supraciliar e Orbicular das Pálpebras. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente fechar os olhos com força, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região lateral de ambos os olhos. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Sorrir": Este exercício tem como principal objectivo reforçar o músculo Risorius. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente sorrir sem mostrar os dentes, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região lateral dos lábios. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Mostrar os Dentes": Este exercício tem como principal objectivo reforçar os músculos Risorius e Quadrado do Mento. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente sorrir mostrando os dentes, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região lateral dos lábios. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Assobiar": Este exercício tem como principal objectivo reforçar os músculos Bucinador, Orbicular dos Lábios e Quadrado do Mento. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente fazer o movimento como se fosse assobiar, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região lateral dos lábios. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Encher a Boca de Ar": Este exercício tem como principal objectivo reforçar os músculos Bucinador, Orbicular dos Lábios e Quadrado do Mento. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente encher a boca de ar, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região lateral dos lábios. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

"Depressão do Lábio Inferior": Este exercício tem como principal objectivo reforçar os músculos Orbicular dos Lábios e Quadrado do Mento. Para isto, pede-se ao doente que, olhando para o espelho, tente puxar o lábio inferior para baixo, resistindo à força (resistência) exercida pelo Fisioterapeuta na região do queixo. O Fisioterapeuta, antes que o doente execute o movimento, dá um estímulo, na região do músculo em causa, no sentido contrário ao do movimento pedido.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Banalização da Cirurgia Plástica




É muito comum encontrarmos anúncios e até profissionais médicos que tentam tornar um ato cirúrgico, principalmente os de finalidade estética, em algo banal. Uma cirurgia seja ela qual for é sempre algo complexo, pois exige que certas regras sejam seguidas. Estas regras são definidas pela Técnica Operatória que é uma das bases da cirurgia. Quando a Técnica Operatória não é seguida, significa que o procedimento pode ter sido, de alguma maneira comprometido. Por exemplo, se os cuidados de assepsia não forem seguidos pode-se causar no paciente a ocorrência de infecção, além de outros problemas.

De modo geral não há cirurgia simples. O que há são procedimentos mais ou menos complexos do ponto de vista técnico, mas mesmo uma cirurgia de pequeno porte não é simples, pois para que esta seja realizada com segurança para o paciente é preciso que o procedimento seja feito obedecendo rigorosamente a Técnica Operatória.

Como sempre faço com meus pacientes, quando me questionam se a cirurgia é simples, pergunto: Atravessar a rua é simples? Se pensarmos bem antes de responder esta questão veremos que atravessar a rua, algo que fazemos milhares de vezes na nossa vida e que nos parece ser algo muito fácil, muito simples, na verdade não é algo tão simples. Pela nossa prática diária, por ser algo corriqueiro, atravessamos dezenas de ruas em uma única tarde e não nos damos conta da complexidade que este ato possui. Sabemos também que existem riscos ao atravessar uma rua, pois no nosso inconsciente sabemos que podemos sofrer um grave acidente se não prestarmos a devida atenção e ter o devido cuidado ao fazê-lo.

Assim também ocorre nas cirurgias. Pode até parecer que o procedimento seja algo simples, mas como dito, mesmo que seja um procedimento pequeno devemos sempre tomar cuidado para que as normas básicas da Técnica Operatória não sejam quebradas, e se isto ocorrer, conseqüências graves, como complicações as vezes impossíveis de serem tratadas e até mesmo a morte, podem acontecer.


Vejamos:

Uma regra da Técnica Operatória que muitos insistem em quebrar é a de realizar um procedimento cirúrgico em um ambiente adequado. Cirurgia tem que ser realizada em um ambiente cirúrgico. Cirurgia deve ser feita em uma sala de cirurgia. Uma sala de consultas não é local para realização de procedimentos cirúrgicos. O consultório não pode ser utilizado para realização de cirurgia, pois é um ambiente que não possui características adequadas para este fim, não atende a normas técnicas e de segurança que uma sala de

irurgia deve ter.

Alem da Técnica Operatória a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária define através de normas o que é um ambiente adequado para a realização de cirurgia. Qualquer situação que fuja a estas normas além de colocar em risco a integridade do paciente, corresponde a infração e é passível de punição por ação da ANVISA.

O ato cirúrgico é uma agressão ao organismo. Esta agressão é algo controlado, mas sempre está presente. A isto chamamos de Trauma Cirúrgico. O resultado desta agressão é uma reação do nosso organismo onde uma série de mecanismos biológicos são ativados com a finalidade de promover o reparo aos danos causados pela cirurgia. A cicatrização é um destes processos que dependente da resposta inflamatória é ativada no momento da cirurgia e se prolonga por aproximadamente 24 meses. Isto significa que a cicatrização de uma cirurgia começa no dia da cirurgia e somente estará completa no final do segundo ano após sua realização. Durante os primeiros quinze dias o processo cicatricial e inflamatório é muito intenso, mas a cicatriz resultante não suporta tensão. Se tracionada, a cicatriz pode romper, abrindo a área como no local da incisão, ou deformar-se resultando em alargamento da cicatriz da pele, movimentação de implantes (como o implante de silicone – prótese de silicone) que podem causar a perda do resultado ou mesmo seqüelas anestéticas.

A cicatriz torna-se resistente a tração somente no final do sexto mês após a cirurgia e se o paciente realizar esforços físicos durante este período, dependendo da sua intensidade, pode resultar em sua deformidade ou migração dos implantes.

Por isso evitar esforços físicos durante os primeiros seis meses de pós-operatório é muito importante para o resultado final da cirurgia. Para cirurgias das mamas é importante que a paciente evite dirigir por pelo menos três meses depois do procedimento.

Isto é um fato intrínseco a cicatrização e não está sob o comando de ninguém. Não há como interferir sobre estes processos e eles estão sob o controle do organismo do paciente e não sob o domínio ou vontade do cirurgião. Também não há “esta” ou “aquela” técnica que modifique este fato.

Apesar disto é muito comum vermos quem diga que com apenas alguns dias de pós-operatório ou que com o uso “da técnica X” tudo volta ao normal imediatamente e que o paciente já pode fazer de tudo com um tempo mínimo de repouso, retomando as suas atividades normais de antes do procedimento cirúrgico. Há ainda uma situação mais grave onde alguns profissionais prometem resultados imediatos com um mínimo ou sem nenhum período de repouso.

Esta situação é algo muito perigoso, pois se os cuidados de repouso, se os esforços físicos não forem evitados, podemos ter uma perda total do resultado final da cirurgia, ou o aparecimento de seqüelas, muitas vezes de tratamento difícil.

O que ocorre é que na grande maioria das vezes uma pessoa não quer passar por um período de recuperação tão longo, deseja que isto seja “algo mais simples” e que o resultado final seja imediato. É difícil mostrar a um paciente que este processo é lento e que independe da vontade do cirurgião e do próprio paciente, mas sim do seu organismo, gerando uma perda do interesse do paciente pela realização de uma cirurgia.

Muitos profissionais sabendo disto se deixam levar e acabam por tentar minimizar este fato prometendo ao paciente uma recuperação milagrosamente rápida sem que seja necessária nenhuma abstinência dos esforços físicos, o que muitas vezes pode acarretar problemas ao próprio paciente.

Soma-se ao descrito outros fatores e ocorrências e o resultado final é uma verdadeira banalização da Cirurgia Plástica e principalmente dos procedimentos de cirurgia estética.

A Lipoaspiração é na minha opinião a cirurgia que é mais banalizada hoje em dia. Haja vista o número infinito de nomes que são dados ao procedimento. Minilipo, Hidrolipo, Lipoaspiração com Microcânulas, TDGL, HLPA, e outros que na verdade possuem apenas um cunho apelativo e especulativo, pois o procedimento de Lipoaspiração é único e suas variações muitas vezes não representam nenhum benefício ao paciente e são meramente apelos comerciais.

Quando ouço o termo Lipoaspiração com Microcânulas fico absolutamente indignado. No desenvolvimento da técnica de Lipoaspiração inicialmente foram utilizadas cânulas de grosso calibre, com seis a dez milímetros de espessura. Com o passar dos anos e aprimoramento da técnica observou-se que cânulas mais finas, com um lúmen de três a quatro milímetros produziam um resultado final com melhor qualidade, pois diminuíam a presença de irregularidades na área submetida ao procedimento. Hoje a grande maioria dos cirurgiões plásticos utiliza cânulas com três a quatro milímetros, sendo raros os casos onde se utilizam cânulas com mais de quatro milímetros.

O termo Micro refere-se a algo que possui um tamanho que não pode ser visualizado a olho nu sendo necessário utilizar um microscópio para que este seja visualizado. Assim pergunto, como pode uma cânula microscópica ser utilizada para remover a gordura de uma pessoa? A gordura é uma substância muito densa e com o uso de cânulas de três milímetros há certa dificuldade em fazer a sua retirada. Fico imaginando como seria fazer isto com uma microcânula. Talvez seja algo parecido com querer molhar o jardim usando um fio de cabelo.

Cirurgia é algo sério e não pode ser banalizada, seja ela qual for. Lembre-se de que quando ocorre isto geralmente é o próprio paciente que sofre as conseqüências. É preciso estar bem informado e saber que não há forma milagrosa para se obter uma melhoria estética e muito menos como burlar a natureza do corpo humano modificando o seu funcionamento, ou desejando que isto ocorra, de acordo com a nossa vontade. Mas, principalmente é preciso que aqueles que prometem algo que não pode ser obtido, aqueles que querem burlar o que é preconizado pela Técnica Operatória, ou se valem de nomes e denominações especulativas para um determinado procedimento cirúrgico com a finalidade meramente de marketing comercial sejam evitados, pois, pode ser que este profissional, mesmo sendo munido de habilitação para exercício da profissão médica, possa estar interessado apenas em benefícios próprios deixando de lado os cuidados, o zelo e a segurança que todo paciente merece e deve ter.

Dr. Iversen Ferrante Boscoli

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A microdermoabrasão ou peeling de cristal



A microdermoabrasão ou peeling de cristal é um peeling mecânico que utiliza um sistema abrasivo com recurso a um fluxo de microcristais de óxido de alumínio associado a sucção a vácuo dos cristais projetados e fragmentos celulares resultantes da esfoliação.

A profundidade de peeling atingida depende da quantidade de cristais projetados, da granulometria dos cristais, da velocidade de projeção e do número de passagens da cânula.

A microdermoabrasão também pode ser realizada utilizando uma ponteira diamantada (peeling de diamante), neste caso consiste na utilização de uma caneta com ponteira de lixa, que pode apresentar diversos diâmetros. Esta é passada sobre a pele húmida promovendo esfoliação e, simultaneamente aspira os fragmentos de pele, através de um orifício no centro da ponteira.


Tal como em outras técnicas abrasivas, a microdermoabrasão provoca remoção de células mortas via peeling mecânico e desencadeia um processo inflamatório local, aumentando deste modo a atividade fibroblástica e por conseguinte os elementos constituintes dérmicos. Contrariamente aos peelings químicos, neste método a esfoliação é imediatamente controlada.

Por razões de segurança o fisioterapeuta não deve ultrapassar o peeling de nível epidérmico, uma vez que os recursos ao seu dispor não permitem controlar as reações adversas que podem decorrer de peelings mais profundos.

Indicações da microdermoabrasão:
Cicatrizes de acne;
Estrias;
Rugas;
Manchas hipercrómicas.


Contra-indicações da microdermoabrasão:
Infeções ativas;
Acne ativa;
Rosácea;
Lupus;
Úlceras e erosões;
Verrugas;
Herpes.

São expetáveis certas reações após a aplicação da microdermoabrasão, decorrentes da resposta inflamatória desencadeada, nomeadamente, prurido, eritema, sensação de pele queimada e ligeiro edema.

Complicações da microdermoabrasão: Hiperpigmentação pós-inflamatória, ptéquias, púrpura. A exposição crónica por parte do profissional pode conduzir a reações de hiper-reactividade ao alumínio e em caso mais extremos a problemas pulmonares ou mesmo a distúrbios neurológicos. Como tal, é fundamental que este esteja devidamente protegido com máscara de proteção para aerossóis, óculos, bata e luvas sempre que manuseia este recurso terapêutico.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Antioxidantes e o envelhecimento



A pele tem a função principal de atuar como barreira protetora do organismo contra agressões do meio externo, uma das agressões causadas na pele seria o envelhecimento que é temido não apenas pelas mulheres, mas também pelos homens. O envelhecimento cutâneo é um tema extremamente abrangente, pois envolve envelhecimento celular, pigmentação, rugas, flacidez e ressecamento da pele (Kede & Sabatovich, 2003).

O envelhecimento diferencia-se entre intrínseco e o extrínseco, sendo o envelhecimento extrínseco causado por agentes exógenos como a exposição ao sol, vento, poluição e baixa umidade ambiental e o envelhecimento intrínseco são causas endógenas que se referem às mudanças anatômicas e fisiológicas devido aos fatores fisiológicos e genéticos. A maioria das alterações da pele é devida a exposição acumulada à luz ultravioleta (UV) (Gilcherst & Krutmann, 2007).

Os produtos cosméticos antienvelhecimentos atuam de diversas formas, estimulam a renovação celular, promovem a hidratação da epiderme, oferecem fotoproteção, estimulam síntese de macromoléculas, como colágeno e reforçam a defesa antioxidante (Garewal & Diplock, 1995).

Os antioxidantes são responsáveis pela proteção do organismo contra a ação dos radicais livres, que danifica as camadas da pele, ocasionando a formação de depressões que são pequenas fendas chamadas rugas. Os antioxidantes podem ser encontrados naturalmente em nosso organismo e em alimentos como vitaminas A, C e E, selênio, zinco, bioflavonóides, licopeno, isoflavonas, catequinas (Halliwell & Guitteridge, 2000).
Saiba mais
Qual é o seu Diferencial?
‘Aspecto Celulítico’ : rompendo paradigmas
Ginástica facial e a importância na estética

Dentre os principais antioxidantes estão às vitaminas que são indicadas para aplicação de uso tópico combatendo várias doenças da pele, especialmente para ajudar a prevenir, retardar ou impedir certas mudanças degenerativas associadas ao processo de envelhecimento. (Maia Campos, 2006).

A aplicação tópica de antioxidantes neutraliza alguns radicais livres, levando a diminuição ou a prevenção dos sinais do envelhecimento cutâneo. Para a administração tópica de antioxidantes ser efetiva na prevenção do envelhecimento da pele, a estabilidade do produto é crucial, pois antioxidantes são instáveis, podem oxidar facilmente, tornando-se inativos antes de alcançar seu objetivo, e devem ser corretamente absorvidos na pele para alcançar seu tecido de objetivo de forma ativa, e permanecer lá ate ter os efeitos desejados. (Langley, 2000).

A Vitamina A, na foram de retinol, desde que em concentrações de 0,3% até 4%, e o retinaldeído, nas concentrações de 0,05% a 1%, são permitidos nos produtos cosmecêuticos e demonstram eficácia no tratamento do envelhecimento. Já a Vitamina C é útil desde que usada na forma de ácido ascórbico levógiro e nas concentrações de 5% a 15%, sendo ideal no mínimo 10% (Bagatin, 2009).

A ação antioxidante da Vitamina E, conhecida como α-tocoferol se dá tanto por neutralização das formas radicalares, inibindo a peroxidação lipídica, como por inibição direta da peroxidação lipídica (Okigami, 2001).

Os polifenóis do Chá Verde são obtidos da planta Camellia sinensis e as epicatequinas, comumente chamadas de polifenois, impedem à penetração da radiação UVB, evitando os seus efeitos sobre as células, inclusive a imunossupressão. Têm, portanto, propriedades antioxidante, antiinflamatória e anticarcinogênica demonstradas largamente em estudos in vitro ou em animais (Bagatin, 2009).

A Ubiquinona, também conhecida como Coenzima Q10, exerce sua atividade antioxidante através da transferência de prótons da membrana mitocondrial, neutralizando radicais reativos de oxigênio e prevenindo os danos nas biomoléculas (Magalhães, 2000).

Com o aumento da expectativa de vida da população e sua crescente procura por produtos antienvelhecimento, a Cosmetologia busca constantemente novos produtos que previnam e atenuem os sinais do envelhecimento cutâneo, investindo cada vez mais nos estudos das substâncias antioxidantes.

Fonte

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O tratamento de Galvanopuntura/Eletrolifting


A galvanopuntura associa a corrente contínua filtrada com intensidades na ordem dos microamperes com o estímulo mecânico da agulha (pólo negativo). Combina os efeitos intrínsecos da corrente galvânica e os efeitos decorrentes da inflamação aguda provocada pela agulha.

Na estria a introdução subepidérmica da agulha causa uma resposta inflamatória aguda, porém localizada, exacerbada pela corrente. A região é preenchida por exsudado inflamatório, iniciando-se em simultâneo o processo de reepitelização, obrigando as células epidérmicas a penetrar pelo interior da fenda provocada pela agulha. A galvanopuntura é portanto, capaz de desencadear proliferação vascular, neovascularização, síntese de colagénio, retorno da sensibilidade e consequentemente melhoria do aspeto da estria.

Eletrolifting: Embora a utilização na estria seja mais comum e esteja mais estudada, a corrente galvânica também tem sido aplicada com bons resultados na redução de rugas e linhas de expressão, sendo as bases fisiológicas as mesmas que no tratamento da estria.

Indicações da galvanopuntura:

Estrias;
Envelhecimento cutâneo

Contra-indicações da galvanopuntura:

Propensão a quelóide;
Síndrome de Cushing;
Diabetes;
Hemofilia;
Toma frequente de corticóides;
Pacemaker;
Patologias circulatórias;
Alergia a metais;
Distúrbios de sensibilidade.


Precauções da galvanopuntura:
Vitiligo;
Psoríase;
Indivíduos com muita tendência a alergias;
Vegetarianos (averiguar se compensam a carência de proteína animal).

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sabendo mais sobre Cicatrizes Hipertróficas e Queloides


Cicatrizes Hipertróficas e Queloides são o resultado de uma alteração determinada por fatores genéticos no processo normal de cicatrização causando o aparecimento de cicatrizes anômalas.

O resultado final de uma cirurgia e a qualidade estética de uma cicatriz dependem de diversos aspectos relacionados ao ato cirúrgico e ao paciente. Problemas relacionados a cicatrização normal podem provocar o surgimento de cicatrizes alargadas e muito inestéticas, ou mesmo provocar a perda da cirurgia.

Para que uma cicatrização adequada ocorra é preciso que o mecanismo responsável pela sua realização esteja em perfeito funcionamento. Distúrbios genéticos, Hereditários, podem causar alteração no mecanismo normal de cicatrização e com isto cicatrizes anômalas podem surgir.

A cicatriz tem por finalidade reparar um dano causado em nosso corpo preenchendo o espaço, o buraco, resultante da morte das células do tecido traumatizado de maneira a fechar este espaço e manter a integridade interna de nosso corpo.

Nosso organismo possui mecanismos que detectam quando a cicatriz produzida conseguiu reparar o dano causado e com isto o processo de cicatrização é parado e não há mais a produção de cicatriz.

Quando estes mecanismos não são ativados nosso corpo continua a produzir cicatriz mesmo quando o tecido lesado já foi completamente reparado. O resultado disto é a produção de um excesso de tecido cicatricial que ultrapassa os bordos da região que esta sendo reparada ou ate mesmo invade as regiões próximas.

A cicatriz é um tecido fibroso, portanto diferente dos tecidos normais para o reparo dos quais a cicatriz foi produzida. Sendo apenas um tecido fibroso que tem por finalidade unir os tecidos lesados não possui as mesmas características que o tecido normal tem. Isto é muito visível quando a cicatriz esta localizada na pele e as diferenças entre a pele normal e a cicatriz podem ser vistas ou mesmo palpadas, pois alem de aspectos visíveis a textura de uma cicatriz é bem diferente da textura normal da pele que a cerca.

Se os mecanismos de detecção de que o reparo esta completo não são ativados, o que ocorre em certos grupos étnicos, principalmente em pessoas de pele negra, a cicatriz continua a ser produzida de maneira que o tecido fibroso resultante cresce e elava-se para fora dos limites da área em cicatrização, e da pele normal, formando assim uma tumoração de tecido fibroso que da a cicatriz resultante um aspecto bem diferente de uma cicatriz normal.

Nesta situação podem surgir dois tipos de cicatrizes anômalas: A cicatriz Hipertrófica e os Queloides.

Ambos são cicatrizes elevadas com excesso de tecido fibroso cicatricial resultado da perda da capacidade do organismo em reconhecer o termino da cicatrização. O exato motivo que causa este processo ainda não é conhecido pela medicina e este mecanismo ainda permanece uma icógnita ate os dias atuais.

Como não é conhecido o exato mecanismo que leva a sua formação ainda não existe na medicina uma forma eficaz de evitar o formação de Queloides nem de Cicatrizes Hipertróficas.

Apesar de serem resultado do mesmo processo Queloides possuem características que os diferem das Cicatrizes Hipertróficas.

Os Queloides tem como principal característica de serem verdadeiros tumores de cicatriz pois crescem e invadem tecidos são ao redor da cicatriz. Inicialmente o crescimento de um Queloide é acelerado, após algum tempo do seu surgimento este passa a ser lento quase imperceptível e o tamanho da lesão quase não sofre mudanças, o que chamamos de fase de estabilidade. Mas se ocorrer qualquer estimulo sobre o Queloide este pode voltar a crescer rapidamente modificando o seu tamanho original podendo dobrar seu tamanho ou ate mesmo gerar uma cicatriz várias vezes maior que a anterior, e ate que a lesão entre novamente na fase de estabilização não é possível prever qual será o tamanho final da lesão.

A principal causa de estimulo para o crescimento dos queloides são os estímulos para que o processo de cicatrização seja ativado. Qualquer situação que estimule o processo de cicatrização, como um trauma sobre o Queloide, estimula o seu crescimento.

Uma vez que surgem os Queloides não desaparecem e não ocorre redução do seu tamanho.

Outra característica típica dos queloides é o prurido. Geralmente as cicatrizes queloidianas coçam muito levando o paciente a coçar a região causando escoriações no Queloide o que estimula o seu crescimento.

Existem áreas de nosso corpo que são mais suscetíveis ao aparecimento de Queloides como a região pré esternal, lóbulo das orelhas, terço inferior do abdômen, região deltóide. Já outras áreas como as pálpebras, dorso das mãos e dos pés é extremamente raro o aparecimento de queloides, sendo estas regiões “quase imunes” a isto.

As Cicatrizes Hipertróficas como os Queloides são elevadas e formadas pelo excesso de tecido fibroso depositado no local da cicatriz. São caracterizadas por não invadirem tecido são, seu crescimento respeita os limites da ferida inicial. Sofrem um crescimento na fase inicial atingindo um certo tamanho após o qual este crescimento para de ocorrer e não há mudanças no seu tamanho. Após atingir o crescimento máximo as Cicatrizes Hipertróficas sofrem regressão espontânea e seu tamanho vai diminuindo progressivamente ate que elas voltam a ter o aspecto de uma cicatriz normal não mais ultrapassando o nível da pele normal.

Raramente são acompanhadas de prurido local, e, quando estimuladas por traumas podem não sofrer mais crescimento.

Após a regressão o resultado final de uma Cicatriz Hipertrófica pode ser o de uma cicatriz normal alargada, que geralmente não possui um aspecto estético muito bom mas é muitas vezes melhor que o aspecto final de um Queloide.

Uma pessoa que tenha uma cicatrização que forme Queloides sempre irá ter este tipo cicatrização, ou seja, qualquer que seja o a origem do trauma (uma cirurgia ou um acidente) irá ocorrer a formação de um Queloide.

Já uma pessoa que tenha tido em um determinado momento a formação de uma Cicatriz Hipertrófica pode não ter a mesma ocorrência em um novo trauma no mesmo local da primeira ou em outro local qualquer de seu corpo.

Assim, pessoas com Queloides sempre que são submetidas a cirurgia acabam por ter um resultado estético muito ruim pela qualidade da cicatriz que elas produzem e se for possível deve-se evitar qualquer tipo de cirurgia neste tipo de paciente.

Algumas pessoas se referem a cicatrizes de baixa qualidade estética como se fossem Queloides. É muito comum ouvir uma paciente dizer que “tem Queloide” pois após a sua cesárea a cicatriz ficou esteticamente ruim e o “médico” disse que o que aconteceu foi a formação de um Queloide, quando na verdade a paciente tem apenas uma cicatriz da má qualidade que nem de perto tem o comportamento de um Queloide.

Esta situação caracteriza uma desinformação geral. Primeiro por parte do médico que fez diagnóstico de uma lesão Queloidiana em uma cicatriz de ma qualidade e segundo pela paciente que passa a carregar este estigma de ter Queloide e temer que novas cicatrizes de ma qualidade se formem em seu corpo em caso de necessidade de uma cirurgia.

Como foi dito os Queloides tem um comportamento característico e não devem ser confundidos com cicatrizes de má qualidade, nem com cicatrizes hipertróficas, pois estas últimas possuem tratamento e o resultado final sempre é bom mas as lesões queloidianas tem o seu tratamento feito de forma empírica e um elevado índice de recidivas que fazem desta lesão uma das lesões mais temidas pelos cirurgiões plásticos pelo seu aspecto altamente inestético e de difícil solução.

Dr. Iversen Ferrante Boscoli

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O que é a Terapia de indução do colágeno




A terapia de indução de colageno (TIC), também conhecida por micronnedling ou mais vulgarmente dermaroller, consiste numa terapia transdérmica com recurso a um dispositivo composto por um rolo com fileiras de micro-agulhas que podem ter diferentes profundidades, desde 0,2 a 3mm.

Esta terapia utiliza dois mecanismos de ação:

Indução natural da síntese de colagénio – a lesão levada a cabo pela penetração das micro-agulhas na camada epidérmica, desencadeia uma cadeia de reações químicas e biológicas com o propósito de regeneração/cicatrização tecidular. Assim sendo, as plaquetas produzem fatores de crescimento, com aumento da densidade de fibroblastos que por sua vez levam há produção de colagénio (III na fase aguda e I após tratamento) elastina e glicosaminoglicanos. Em paralelo é incrementada a neovascularização. Mais recentemente, surgiu uma teoria que apoia que esta síntese de colagénio pode ser desencadeada por um efeito bioelétrico. A estimulação exercida pela picada da micro-agulha (<1 data-blogger-escaped-a="" data-blogger-escaped-as="" data-blogger-escaped-assim="" data-blogger-escaped-br="" data-blogger-escaped-c="" data-blogger-escaped-celular="" data-blogger-escaped-condutividade="" data-blogger-escaped-de="" data-blogger-escaped-diferencia="" data-blogger-escaped-diretamente="" data-blogger-escaped-e="" data-blogger-escaped-el="" data-blogger-escaped-elementos="" data-blogger-escaped-encurtando="" data-blogger-escaped-endoteliais="" data-blogger-escaped-favorecendo="" data-blogger-escaped-fibroblastos="" data-blogger-escaped-fundamentais="" data-blogger-escaped-i="" data-blogger-escaped-incrementa="" data-blogger-escaped-intercelulares="" data-blogger-escaped-levando="" data-blogger-escaped-lulas="" data-blogger-escaped-mm="" data-blogger-escaped-nicas="" data-blogger-escaped-nomeadamente="" data-blogger-escaped-o="" data-blogger-escaped-para="" data-blogger-escaped-produ="" data-blogger-escaped-reparadora.="" data-blogger-escaped-resposta="" data-blogger-escaped-rias="" data-blogger-escaped-trica="" data-blogger-escaped-trocas="" data-blogger-escaped-v=""> Sistema de liberação transdérmica – o microagulhamento efetuado nas várias direções permite a abertura de micro-canais transcelulares para penetração de princípios ativos, possibilitando a permeação de substâncias hidrofílicas e de grande tamanho molecular.

A TIC tem como principais vantagens ser um procedimento minimamente invasivo, com curto período de recuperação após tratamento e é de baixa toxicidade.


Indicações da TIC:

Rugas;
Flacidez dérmica;
Cicatrizes e estrias;
Queda de cabelo;
Hiperpigmentação;
Fibro edema gelóide;
Lipodistrofia localizada.


Contra-indicações da TIC:

Território com alterações vasculares;
Gravidez e amamentação;
Alergia a metais;
Alteração de sensibilidade;
Neoplasia;
Afecções dermatológicas na área a tratar;
Processos inflamatórios/infecciosos;
Áreas hemorrágicas;
Feridas.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Aspectos atuais da fisioterapia dermato funcional



Na atualidade, existe uma constante busca por um corpo perfeito, no qual os efeitos cronológicos do envelhecimento e um corpo esbelto, propagado na mídia devem ser e mantidos a qualquer preço. Dentro deste contexto a Fisioterapia Dermato Funcional teve um crescimento exponencial nos últimos anos. Os profissionais especializados nesta área, através dos seus recursos terapêuticos podem proporcionar ao paciente não só a melhora dos aspectos estéticos quanto á da autoestima e bem-estar. Não devemos esquecer que, a especialidade de Dermato Funcional tem uma ampla atuação na área da reabilitação dermatológica, que no qual é pouco propagada; como atuação em pacientes queimados, dermatites, vitiligo, elefantíase, linfedemas, pré e pós-operatório, enxertia, pós-necrose de retalhos, deiscência de suturas, cicatrização de ulceras, verrugas, sequelas de acne, psoríases, foliculite, síndrome acrocianótica entre outros aspectos. Desta forma, temos uma visão que a especialidade não tem só objetivo estético e sim na prevenção, promoção e recuperação do sistema tegumentar, tendo como resultado a recuperação funcional.

Devemos lembrar que, a atual Dermato Funcional ou antigamente conhecida como Fisioterapia Estética passou por momento críticos. Os primeiros relatos de fisioterapeuta atuando na área de estética são da década de 70, já as primeiras publicações cientificas surgiram, somente na década de 90. Nesta época nós éramos discriminados até pela própria classe, não tínhamos o reconhecimento dos Conselhos Federais, Regionais e a produção cientifica de âmbito nacional e internacional era escassa. Hoje temos certeza que este cenário mudou radicalmente, temos o reconhecimento internacional e pelos conselhos de classe, o tal “preconceito” propagado entre os nossos colegas caiu por terra, onde visualizamos o aumento da demanda de serviços e profissionais especializados na área, além de eventos científicos (congresso, encontros, simpósio e cursos de extensão universitária).

Crescemos muito e esta é uma área que ainda tem muito por crescer, do ponto de vista científico. Devemos cada vez mais, praticarmos uma Dermato Funcional baseada em evidências, independentemente de interesses pessoais ou de grupos, mas visando a saúde da população. Sabemos que precisamos continuar mudando, e estas mudanças significam incomodar, provocar e colocar em confronto argumentos que proporcione um melhor respaldo no ato profissional do especialista em Dermato Funcional, de acordo com os avanços tecnológicos. Devemos entender que, Dermato Funcional já faz parte da realidade da Fisioterapia, encarando do ponto de vista social, devidamente estabelecida, e consequentemente, tem responsabilidade importante a cumprir no âmbito da saúde brasileira.

Deve ser salientado que a especialidade não veio com finalidade de substituir outro profissional, ao contrario, vem acrescentar e preencher lacunas (que é por sua competência) e ocupar o lugar dentro de uma equipe interdisciplinar que assiste a estética da sociedade e que objetiva acima de tudo a Saúde Humana, vistos nos mais amplos sentidos.

Espero que esta coluna torne-se um canal de discussão e informação dos principais temas atuais da Dermato Funcional. Estamos abertos para estarmos solucionando eventuais dúvidas pertinentes a especialidades.

Segue abaixo o meu e-mail para eventuais dúvidas ou sugestões das próximas edições: beltraoesthetic@yahoo.com.br

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Acupuntura estética facial no tratamento de rugas



Envelhecer é um processo natural que ocorre desde que nascemos, porém fica mais evidente após a terceira idade. A qualidade do envelhecimento está relacionada diretamente com a qualidade de vida à qual o organismo foi submetido. Estresse, exposição demasiada ao sol, hereditariedade, alimentação inadequada ou deficiente, mímica exagerada, fumo, poluição ambiental, ar condicionado, vento, frio, são algumas das principais causas de envelhecimento.

No tecido envelhecido ocorre diminuição de colágeno, elastina, substância fundamental da derme, proteínas e açúcares, em especial do ácido hialurônico, que influenciam no turgor da pele. Estes também apresentam alterações bioquímicas, fazendo com que haja uma perda de elasticidade e compressibilidade da pele. Devemos lembrar que a barreira de proteção contra a radiação ultravioleta (UV) está extremamente prejudicada, uma vez que há uma diminuição no número de melanócitos ativos. A diminuição na taxa de renovação celular e reparação de pele elevam o tempo de cicatrização das feridas que pode chegar a duas ou três vezes mais do que o de uma pessoa jovem. Assim sendo, a derme envelhecida se torna um tecido rígido, inelástico e irresponsível à tensão, com menor capacidade de resposta a estresse ou trauma.

Além das alterações já citadas, estas modificações na estrutura da pele resultam também num problema inestético, as rugas. As rugas e linhas de expressão também podem ser bloqueios causados por sofrimento, tristeza, preocupação por exemplo e de acordo com a medicina tradicional chinesa estas são consideradas sobrecargas de energia vital para determinado ponto. As rugas atingem um grande número de indivíduos, independente da causa, estas são um incômodo para boa parte destas pessoas.

Atualmente existem várias técnicas para prevenir e tratar o envelhecimento facial, como por exemplo peelings, cinesioterapia, eletrolifting, eletroestimulação, laser, aplicação de toxina botulínica, cosméticos, preenchimento, cirurgias plástica, e também a acupuntura estética facial.

A utilização da acupuntura na estética facial não é novidade . Imperatrizes das diversas dinastias na Antiga China já usavam as agulhas para atenuar as rugas e as marcas de expressão. A acupuntura estética facial é um método que auxilia na redução de rugas, além de prevenir o envelhecimento, melhorando a estrutura da pele, renovando o estrato córneo e estimulando a circulação local.


2- Revisão Bibliográfica

Os rins tem as funções fisiológicas de armazenar o Jing (Essência), controlar os líquidos, receber o Qi, controlar os ossos, gerar a medula e chegar ao cérebro, segundo a Medicina Tradicional Chinesa. O Jing é a matéria fundamental necessária para efetuar as diversas atividades funcionais do corpo. Este divide-se em congênito e adquirido. O congênito proporciona as matérias fundamentais para o adquirido antes do nascimento, e o congênito depende da nutrição do adquirido para o completo desenvolvimento de suas funções. O Jing Qi dos rins é a base que produz o Yin e Yang dos rins, que constituem fontes de Yin e Yang e todo o corpo congênito (CHONGHUO, 1993).

O Jing Qi ou Qi essencial dos rins tem influência importante na função de crescimento e de desenvolvimento do corpo, durante o crescimento até o período da maturidade. O Jing Qi enriquece-se quando as mulheres passam a ter a menstruação e os homens, a emissão seminal, fatores que indicam a capacidade de reprodução. Na idade senil, este declina-se, a função sexual e da reprodução debilitam-se gradualmente, e o corpo começa a envelhecer (CHONGHUO, 1993).

O fenômeno fisiológico do envelhecimento ocorre em todos os tecidos. O colágeno, componente fundamental do tecido conjuntivo torna-se gradualmente mais rígido, e a elastina, outro componente do mesmo tecido, vai perdendo sua elasticidade natural devido à redução do número de fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo. O declínio das funções do tecido conjuntivo faz com que as camadas de gordura sob a pele não consigam manter-se uniformes e a degeneração das fibras elásticas, aliada à menor velocidade de troca e oxigenação dos tecidos provoca a desidratação da pele resultando em rugas (GUIRRO e GUIRRO, 2002). De acordo com os mesmos autores, as rugas podem ser divididas em:

- Dobras e rugas gravitacionais (ptose);

- Rugas finas;

- Rugas de expressão.

As rugas de expressão são denominadas também de rugas dinâmicas, pois são decorrentes da mímica facial, aparecendo com o movimento. Com a fadiga das estruturas da pele, em decorrência de movimentos faciais repetitivos, surgem então as rugas estáticas, que aparecem mesmo na ausência de movimento.

Dos 20 aos 25 anos ocorrem principalmente as linhas orbiculares visualizadas em expressão facial Já de 45 aos 55 anos aparecem rugas periorbiculares, frontais e glabelares, uma acentuação do sulco nasogeniano, pregas transversais na região do pescoço e formação de bolsas gordurosas nas pálpebras inferiores. E acima de 55 anos há acentuação de rugas e pregas, atenuação da eminência malar, depressão do sulco nasolabial e ptose facial (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Sendo assim, por constituir um caráter fisiológico, as rugas não podem ser evitadas, embora existam medidas para retardá-las.

Certos músculos ou grupos musculares, se encarregam de realizar uma determinada ação – músculos agonistas – enquanto que um outro músculo ou grupo – músculos antagonistas- deve se deixar distender de modo a possibilitar a contração dos primeiros. Os efeitos que a contração dos músculos faciais ou da mímica produzem, são todos de tipo ativo, dinâmicos. Quando há rugas, ocorre que um certo grupo muscular está contraído e outro relaxado, sendo necessário por um lado relaxar ou “sedar” o músculo que se encontra contraído e por outro lado, estimular ou “tonificar” os músculos antagonistas, de modo a restituir a situação de equilíbrio original, resultando numa melhora do aspecto destas (VAMRELL; PAULETE e OLIVEIRA, 1986).

Acredita-se que a acupuntura estética foi desenvolvida por acidente, sendo que os resultados de rejuvenescimento foram observados a partir de tratamentos com pacientes em outras condições, e a partir daí iniciou-se pesquisas detalhadas deste assunto que comprovaram que a acupuntura auxilia na prevenção e tratamento de rugas (THAMBIRAJAH, 2003). Em 1996, um artigo no Journal of Clinical Acupuncture, relatou que 300 pessoas foram tratadas com acupuntura facial, e em 90% da amostra foi observado efeitos benéficos, como melhor elasticidade nos músculos faciais, pele mais macia e menos rugas (MORRIS, 2003).

A acupuntura estética facial, no tratamento de rugas, tem como objetivo melhorar a circulação local, a oxigenação, o metabolismo, melhorar a sustentação da pele, harmonizando assim os músculos faciais, promovendo um rejuvenescimento facial. Existe uma regra que deve ser seguida para que os resultados sejam satisfatórios: nunca tonificar um músculo sem antes sedar o seu antagonista (VAMRELL; PAULETE e OLIVEIRA, 1986).

O tratamento e o número de sessões é realizado de acordo com a necessidade de cada paciente ou da ruga que mais lhe incomoda, acrescentando-se técnicas complementares quando necessário. É indica aplicação semanal, com duração de 30 minutos aproximadamente cada sessão (BASTOS, 2000). De acordo com MORRIS (2003) a acupuntura pode rejuvenescer de 5 a 15 anos, e os resultados obtidos com as sessões podem ser mantidas e intensificadas com cosméticos, exercícios faciais, eletroterapia e massagens.

A acupuntura estética trata várias patologias inestéticas além de rugas, como por exemplo ptose de mama, acne, bolas sub-oculares, celulite, gordura localizada, couperose, flacidez facial, flacidez de pescoço, hipercromias cutâneas, olheiras, papada no queixo, hirsutismo, oleosidade, obesidade, entre outros.

3- Conclusão

A aplicabilidade da acupuntura na área de estética facial, como já vimos anteriormente não é novidade, e vem se firmando entre outros tratamentos atuais, pois esta não atua só nas rugas, mas sim nas causas destas, podendo também ser trabalhado o indivíduo como um todo. Sendo assim, os resultados são mais duradouros.

4- Referências Bibliográficas

BASTOS, S. Shiatsu Facial: A arte do Rejuvenescimento. Rio de Janeiro: Brasport, 2000.

CHONGHUO, T. Tratado de medicina chinesa. São Paulo: Roca, 1993.

DANGELO, J.; FATTINI, C. Anatomia humana sistêmica e segmentar. Rio de Janeiro: Atheneu, 1987.

FITZPATRICK, T. B. Dermatologia em medicina geral. 3 ed. Buenos Aires: Panamericana, 1992.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, Recursos e Patologias. 3 ed. São Paulo: Manole, 2002.

MORRIS, C. Acupuncture Facelift. Disponível em : Acessado em: 28 set. 2003.

REICHMANN, B. T. Apostila de auriculoterapia. Curitiba: Artes e Textos, 2000.

VAMRELL, J.; PAULETE, S.; OLIVEIRA, J. Acupuntura aplicada à estética. São Paulo: Belezeterna, 1986.

THAMBIRAJAH, R. Clinical experience: cosmetic acupuncture. The Journal of Chinese Medicine, n.72, vol.7239, junho, 2003.

Autora: Fabíola Zucco - Fisioterapeuta.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sabendo mais sobre a Fisioterapia Dermato Funcional



A FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL é uma especialidade da fisioterapia que estuda as modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas e de caráter reabilitacional.

Aborda as condições dermatológicas inteiradas com a qualidade funcional do indivíduo. Está relacionado a função dos tecidos com a sua melhor funcionalidade proporcionando uma condição psicossocial que atenda à individualidade, cujo objeto de estudos é o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidade.

Fundamentada em conceitos científicos sólidos muito tem contribuído tanto no pré quanto no pós – operatório, prevenindo e/ou tratando as respostas advindas das intervenções cirúrgicas, possibilitando ainda a diminuição da ansiedade pós – operatória, quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com o objetivo de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de um órgão, sistema ou função.

Além de ser útil na reabilitação de gestantes e em pacientes em fase pós-operatória, a fisioterapia dermato-funcional pode trazer benefícios estéticos para mulheres no geral, combinando drenagem linfática e diversos métodos.

Segundo a fisioterapeuta Najla Nogueira, os tratamentos estéticos eram tratados como empíricos, devido à falta de comprovação científica, "após o surgimento da fisioterapia dermato-funcional - que evolui a cada dia e traz a formação de profissionais especializados com embasamentos científicos em todas as aplicações e ações terapêuticas - os serviços oferecidos nessa área garantem melhores resultados, menores riscos e cuidados especialmente direcionados ao bem-estar e à melhoria na qualidade de vida das pacientes", ressalta.

De acordo com a profissional, dentre os tratamentos mais procurados está à drenagem linfática. Essa é uma técnica eficaz, muito utilizada no tratamento do linfedema. O método consiste em drenar, através de deslizamento, promovendo a desobstrução dos vasos linfáticos, contribuindo para diminuição do edema. É indicado no tratamento da celulite; cansaço nas pernas; retenção de líquidos; TPM; varizes; hematomas; acne; acelera a cicatrização dos tecidos; regulariza a atividade intestinal; promovendo relaxamento; alívio de hematomas e inchaços (pré e pós-cirurgias plásticas). “Não podemos dizer que a drenagem linfática diminui medidas para todo mundo. Se há muita gordura, porém pouco líquido retido, a diminuição de medidas é irrelevante. Se a retenção de líquidos é grande, é possível que a pessoa fique mais fina após algumas sessões. Em relação à celulite, um dos fatores envolvidos é a retenção de líquidos no tecido subcutâneo. Portanto, a drenagem linfática pode auxiliar, mas deve ser associada a outros tratamentos", afirma Najla.De acordo com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO), a técnica de DLM (drenagem linfática manual) só pode ser realizada por fisioterapeutas. "Portanto, antes de realizar a sessão, confirme se o profissional é mesmo fisioterapeuta", alerta a especialista.A drenagem linfática é contra-indicada para pacientes com histórico de tumor maligno, tuberculose e infecções agudas. Contra-indicação relativa: pacientes com insuficiência cardíaca descompensada, insuficiência renal, presença de colostomia, asma bronquial, flebite, tromboses, trombo flebites, hipotensão. Casos como estes necessitam de autorização médica por escrito.

Nessa parte de estética também temos o tratamento do câncer de mama. A fisioterapia é capaz de tratar, prevenir, restaurar e manter a capacidade física da pessoa. Na área da oncologia, temos uma atuação bastante importante na recuperação do paciente! Sabemos que corpo e mente estão relacionados, mas aqui vamos falar da reabilitação física no câncer de mama.

Após tratamento médico para tratamento do câncer de mama, a paciente pode ter feito uma série de terapias tais como: radioterapia, quimioterapia, cirurgia, hormonioterapia. Vocês sabem que cada tratamento pode ter alguns efeitos colaterais indesejáveis. Onde mais atuamos é no Pós Operatório da mama. Algumas complicações da cirurgia podem ser: dor, limitação de movimento do braço operado, alteração postural, retração da cicatriz, perda de sensibilidade do lado afetado, rigidez dos vasos linfáticos e o linfedema.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Fisioterapia Dermato-Funcional na Cicatriz hipertrófica e quelóide



As cicatrizes hipertróficas e os quelóides caracterizam-se por síntese de colágeno com fibras que não se orientam ao longo das linhas de fenda, mas sim em espiral.

Existem inúmeras dúvidas quanto ao diagnóstico diferencial das duas patologias, porém, segundo Wolwacz et al.51, há diferenças histológicas comprovadas entre elas, que apontam para duas patologias diferentes. Para Guirro & Guirro, uma cicatriz hipertrófica pode regredir espontaneamente e a hipertrofia ocorre dentro dos limites da lesão. Os quelóides não apresentam essa melhora espontânea: a fibrose forma-se além dos limites da lesão e os portadores têm sensação de prurido, ferroadas ou queimação.

Fatores como infecção, tensão da ferida, tração excessiva no momento da incisão cirúrgica podem favorecer o aparecimento de quelóides.

O tratamento desse tipo de cicatrização é variado. Inicialmente era preconizada cirurgia para sua redução, porém esse método isolado é freqüentemente passível de recidiva51. Atualmente é indicado o uso da terapia de compressão (malha de tecido elástico aplicada diretamente na lesão por grande período de tempo), uso de corticóides, lâminas de silicone (oclusão e hidratação do estrato córneo), cirurgia a laser e crioterapia (destruição das camadas celulares por anóxia devido à ação do frio nos vasos.

A microdermabrasão superficial é um recurso indicado por sua simplicidade e baixo risco. A massagem, seja feita por técnicas manuais ou com o auxílio de aparelhos, também tem sua aplicabilidade na terapêutica para melhoria das cicatrizes, assim como o ultra-som e a iontoforese.

Retirado daqui

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tratamentos fisioterapêuticos para o linfedema pós-câncer de mama: uma revisão de literatura



INTRODUÇÃO

O câncer de mama é um dos tipos mais comuns entre as mulheres e pode levar a altas taxas de morbimortalidade. Dentre as cirurgias realizadas como parte do tratamento para o câncer de mama estão as mastectomias (radical e modificada) e as cirurgias conservadoras. Independente do tipo de cirurgia realizada, as técnicas podem ser acompanhadas do esvaziamento linfático axilar, trazendo como possível sequela o linfedema de membro superior(1-4). Ainda como parte do tratamento, a fisioterapia tem papel na reabilitação física pós-operatória, prevenindo e tratando complicações como o linfedema, diminuição da amplitude de movimento das articulações do membro superior, corrigindo o desalinhamento postural, as alterações sensitivas, e, assim, promovendo a recuperação funcional e propiciando melhor qualidade de vida(1).

Após a cirurgia e excisão ou radiação das cadeias linfáticas regionais, a paciente pode apresentar, entre outras complicações, o linfedema de membro superior(3,5). Sua incidência depende de variáveis como extensão da cirurgia axilar, presença de obesidade, recorrência de câncer nos linfonodos axilares e da radioterapia(6). Pode ocorrer quase em seguida ao tratamento cirúrgico, durante o curso da radioterapia ou muitos meses ou anos após a conclusão do tratamento(3). O linfedema é definido como acúmulo excessivo e persistente de fluido e proteínas extravasculares e extracelulares nos espaços teciduais, devido à ineficiência do sistema linfático(3). Os sinais e sintomas associados ao linfedema são aumento do diâmetro do membro, tensionamento da pele com risco de rotura e infecção, rigidez e diminuição da amplitude de movimento (ADM) das articulações do membro acometido, distúrbios sensoriais na mão e uso reduzido do membro em tarefas funcionais(3). Assim, como consequência, pode resultar em deformidade estética, diminuição da habilidade funcional, desconforto físico, episódios de erisipela e estresse psicológico(6).

O linfedema é, portanto, uma das principais intercorrências da cirurgia e radioterapia para o câncer de mama, sendo de extrema importância buscar alternativas para sua redução e controle. Devido à gravidade das complicações, resultantes do linfedema pós-cirúrgico, o objetivo desta revisão de literatura foi apresentar e discutir os resultados de estudos que investigaram a efetividade de diferentes modalidades fisioterapêuticas, utilizadas no tratamento dessa patologia.



METODOLOGIA

Foi conduzida uma revisão sistemática de literatura. As seguintes bases eletrônicas de dados foram pesquisadas: Literatura da América Latina e do Caribe (LILACS), PubMed e SciELO, com busca no período de 1981 a 2009, 1951 a 2009 e 2001 a 2004, respectivamente. Foram levantados ainda dados em livros de fisioterapia relacionados ao tema abordado, citados nas referências 1, 2, 3 e 4.

Na base de dados LILACS, utilizou-se as seguintes combinações de descritores: linfedema, linfedema x membro superior, linfedema x mastectomia, linfedema x fisioterapia, linfedema x mastectomia x fisioterapia, tratamento x linfedema x mastectomia, drenagem linfática x linfedema. Com os descritores terapia complexa descongestiva e terapia física descongestiva não foram encontradas citações.

A seguir verificou-se as palavras-chave utilizadas na base de dados PubMed: post mastectomy lymphedema, physiotherapy upper limb lymphedema, complex decongestive physiotherapy. Foram encontrados manuscritos em todos esses descritores. Já na base de dados SciELO, as palavras-chave pesquisadas foram: mastectomy x lymphedema, mastectomy x lymphedema x physiotherapy, lymphedema x physiotherapy, manual lymphatic drainage. Encontraram-se citações somente com a primeira combinação de descritores.

Do total dos manuscritos identificados em todas as bases eletrônicas de dados, foram incluídos nessa revisão os artigos originais que estavam disponíveis na íntegra, em acesso livre, na língua portuguesa ou inglesa, e traziam como tema principal abordagens fisioterapêuticas para o linfedema. Utilizou-se 18 artigos. A última pesquisa realizada em todas as bases eletrônicas de dados foi dia 13 de março de 2009.



RESULTADOS

Os artigos selecionados para essa revisão estão apresentados nas Tabelas 1 e 2.

Depreendeu-se dos artigos analisados que, uma vez instalado, o linfedema pode ser controlado, porém, não curado(7). O linfedema pode ser reduzido significativamente na primeira semana de tratamento, sendo que, após a terceira semana, a redução pode ocorrer de maneira menos significativa(8). A partir desse momento, o tratamento deve ser continuado para uma fase de manutenção da redução já conseguida anteriormente, colaborando para reduzir a incidência de infecções e para melhora da qualidade de vida(9). Acredita-se que os resultados mais satisfatórios são obtidos quando o tratamento é iniciado assim que os primeiros sinais de linfedema aparecem. Nessa fase, ainda não há fibrose e o tecido elástico é funcional(7,10-11). Independente da fase de tratamento, são recomendados cuidados com a pele que incluem mantê-la limpa, hidratada e elástica; atenção com corte de unha e depilação; evitar qualquer tipo de ferimento e infecções; usar luvas de borrachas para serviços de cozinha, costura e jardinagem; evitar contato com produtos químicos abrasivos e banhos quentes(3-4) . Estes cuidados devem ser seguidos continuamente ao longo da vida. A literatura aponta os seguintes recursos fisioterapêuticos como forma de tratamento para o linfedema: terapia complexa descongestiva (TCD), compressão pneumática (CP), estimulação elétrica de alta voltagem (EVA) e laserterapia.

Terapia complexa descongestiva

A terapia complexa descongestiva (TCD) é um método que combina a drenagem linfática manual (DLM), bandagens compressivas, exercícios miolinfocinéticos, cuidados com a pele e precauções nas atividades cotidianas. Uma importante técnica utilizada é a DLM, que consiste em um conjunto de manobras lentas, rítmicas e suaves que obedecem ao sentido da drenagem fisiológica, e objetiva descongestionar os vasos linfáticos e melhorar a absorção e transporte de líquidos(2,8,12). Entre os efeitos dessa técnica estão a ditalação dos canais tissulares, favorecimento da formação de neoanastomoses linfáticas, estímulo aos vasos linfáticos e motricidade dos linfangions com aumento do fluxo filtrado e renovação das células de defesa(1-2,4). A bandagem compressiva atua através da modificação da dinâmica capilar venosa, linfática e tissular. Pode ser aplicada através do enfaixamento compressivo funcional (ECF) ou contenção elástica (braçadeira). Promove o aumento da pressão intersticial e aumento da eficácia do bombeamento muscular e articular(2).

Os exercícios terapêuticos incluídos na TCD são capazes de ajudar a mover e drenar o fluido linfático para reduzir o edema e melhorar o uso funcional do membro envolvido. Seus efeitos, que favorecem a diminuição do linfedema, se baseiam na compressão dos vasos coletores durante a contração muscular, na redução da hipomobilidade dos tecidos moles e linfoestagnação, no fortalecimento e na prevenção da atrofia muscular(3).

Os estudos analisados apontam a TCD como a principal terapêutica para o linfedema. Alguns estudos foram realizados utilizando todos os seus componentes(8-9,13-14) ou parte deles(6,15-17). Aplicada em 36 mulheres que apresetavam linfedema de membro superior pós-cirúrgico, a TCD proporcionou redução média de 30,5% do volume do membro após a fase intensiva e essa se manteve ao longo dos períodos estudados(8). Já em outro estudo, concluído com 356 mulheres, houve redução do volume do membro após a fase intensiva com TCD, mas, na fase de manutenção, houve aumento das medidas. Como provável causa desse aumento, os autores apontaram a falta de aderência ao uso da braçadeira, que seria o tratamento padrão para manter os resultados obtidos na fase intensiva(9).

É relatado que a aplicação da TCD contribuiu para reduzir a dor crônica de mulheres com linfedema, avaliada pela escala numérica e número de analgésicos administrados. Isso ocorreu em 56 de 76 mulheres que relataram dor nesse estudo(11). Estudo realizado com 44 mulheres comparou a TCD associada à CP com a TCD modificada (substituição da bandagem compressiva pela Kinesio tape) associada à CP. Seus resultados sugerem que a Kinesio tape pode substituir a bandagem tradicional durante o tratamento para o linfedema(13).

A TCD aplicada em 62 pacientes com linfedema foi efetiva na redução do volume e circunferência do membro acometido, na redução do medo ao movimento e na melhora da qualidade de vida(14). Outro estudo realizou a associação do tratamento fisioterapêutico com dietoterapia como forma de intervenção no linfedema. A avaliação do acometimento foi realizada através da cirtometria, volumetria, bioimpedância, pregas cutâneas e escala visual analógica para sensação de desconforto. Concluiu-se que a fisioterapia, em conjunto com a ingestão de triglicerídeos de cadeia média (TCM), foi efetiva na involução da patologia, com ênfase na cirtometria, volumetria e sensação de peso(15).

As modalidades de exercícios para o tratamento do linfedema também são alvo de estudos. Comparando um grupo de mulheres que se exercitou (resistido + aeróbio + alongamento) com um grupo controle (sem nenhuma instrução específica para exercício), concluiu-se que não houve mudança na perimetria e volumetria do membro acometido com a técnica de exercícios. Houve melhora da qualidade de vida nesse grupo, avaliada pelo SF-36(16). Em outra pesquisa, realizada com 60 mulheres, a comparação foi feita entre um protocolo de exercícios direcionados e outro de exercícios livres. A conclusão foi que a ADM do ombro tornou-se mais funcional no grupo de exercícios direcionados, mas que o distúrbio linfático não apresentou diferença entre os grupos(17).

A literatura apresenta ainda resultados controversos aos citados acima(6,18). Com o objetivo de investigar se o acréscimo da DLM a uma terapia (exercícios, cuidados com a pele e uso da braçadeira) melhora o linfedema, a conclusão do estudo foi que não houve evidência de melhores efeitos com a adição da DLM ao tratamento(6). Ainda, estudo com 138 mulheres portadoras de linfedema pós-câncer de mama, os protocolos aplicados em cada grupo foram: TCD, DLM e um programa para ser realizado em casa (automassagem e exercícios). Todas as três técnicas foram eficazes na redução do volume dos membros acometidos, não havendo diferença significativa entre elas(18).

Compressão pneumática

A CP ou pressoterapia é técnica que consiste em bombas de ar comprimido com o objetivo de pressionar o membro edemaciado(2). É composta por câmeras de ar com diferentes formatos (luvas ou botas)(1). Há basicamente dois tipos de bomba de compressão: segmentar, também denominada sequencial ou dinâmica, e outra chamada estática ou não segmentar. A CP estática envolve o membro acometido com uma câmera única de alta pressão contínua, que comprime o membro todo de uma vez. Essa forma de compressão está em desuso, pois promove o colapso dos vasos linfáticos e prejudica o sistema venoso(1-2) . A pressoterapia dinâmica possui certo número de compartimentos com regulagem individual ou não. Os compartimentos costumam ser no mínimo três, que se enchem separadamente, produzindo gradiente de pressão de distal para proximal, o que torna mais eficiente a drenagem dos fluidos(1-2).

A CP foi utilizada no tratamento para a redução do linfedema e concluiu-se que não houve diferença na redução quando comparada com um grupo controle(19). Alguns estudos foram realizados associando componentes da TCD e a compressão pneumática(20-21). Estudo randomizado, realizado com 23 pacientes portadoras de linfedema nunca tratado, comparou duas intervenções: TCD + CP e TCD somente. Com essas pacientes, concluiu-se que a redução do volume do membro foi maior quando se aplicou a CP e esse resultado se manteve quando de avaliação posterior. Ainda no mesmo estudo, foi utilizada a CP associada à automassagem e braçadeira em 27 pacientes com linfedema crônico já tratado previamente e esse grupo teve redução do volume do linfedema, o que não ocorreu com o grupo não submetido à CP(20). Outra pesquisa, realizada em um período de 2 semanas com 220 mulheres, associou a DLM, enfaixe e CP para linfedema e trouxe como resultado diminuição na perimetria do membro, principalmente na primeira semana de tratamento(21).

Estimulação elétrica de alta voltagem

A estimulação elétrica vem sendo utilizada na prática clínica como meio de redução do edema, pois, produzindo a contração e o relaxamento muscular, aumenta os fluxos venoso e linfático(10). Entre as formas de corrente, a estimulação de alta voltagem (EVA) apresenta indicação clínica para dores agudas e crônicas, aumento na velocidade da regeneração de tecidos, reeducação neuromuscular, aumento do fluxo sanguíneo venoso e absorção de edema(22). Assumindo-se que o bombeamento muscular auxilia o processo de absorção do edema, a EVA vem sendo utilizada para ativar os músculos ao redor de uma parte do corpo afetada. Há, ainda, uma hipótese teórica de que o fluxo da corrente elétrica cria um campo elétrico potencial que pode induzir o sistema linfático a absorver fluidos excessivos(22).

Realizado com 15 voluntárias que apresentavam linfedema unilateral secundário à cirurgia para o câncer de mama, um estudo utilizou a EVA para o tratamento dessa patologia. Chegou-se à conclusão que essa técnica foi eficaz para a redução da perimetria, volumetria e severidade do linfedema(10). Estudo de caso, com 3 voluntárias portadoras de linfedema bilateral, foi conduzido com a aplicação da mesma terapêutica (EVA). Nesse também houve redução clinicamente importante do linfedema pós-tratamento(7). A comparação entre um grupo de EVA e outro de DLM + braçadeira foi realizada para o controle do linfedema em 20 voluntárias. Esse estudo mostrou que a perimetria e severidade do linfedema reduziram com as duas técnicas, sem diferença significativa entre elas. Já a volumetria teve maior redução com a EVA(23).

Laserterapia

O laser refere-se à produção de um feixe de radiação de luz, caracterizado pela monocromaticidade, coerência e colimação. É produzido pela emissão de grande número de fótons idênticos. a partir de material energizado apropriado. Após sua emissão, a radiação pode ser refletida na superfície ou penetrar nos tecidos, dependendo do comprimento de onda, natureza da superfície do tecido e do ângulo de incidência(1).

Dentro da fisioterapia, esse recurso é utilizado com base nos seus efeitos anti-inflamatório, analgésico e regenerativo. Ele pode promover a inibição da prostaglandina, a neoformação de vasos sanguíneos, normalizar a atividade das membranas celulares, regenerar fibras nervosas e vasos linfáticos e acelerar o processo de cicatrização pelo estímulo aos fibroblastos. Entre os tipos de laser, os mais utilizados na prática clínica são os de Hélio-Neônio (HeNe) e Arseneto de Gálio (AsGa)(1). Para o tratamento do linfedema, acredita-se que o laser pode estimular a linfangiogênese, a atividade das vias linfáticas, a motricidade linfática, os macrófagos e o sistema imune e reduzir a fibrose(24).

Identificou-se nesta revisão de literatura apenas uma pesquisa sobre a laserterapia para o linfedema pós-mastectomia(24). Em um estudo radomizado, foram comparados grupos de laser placebo, 1 ciclo e 2 ciclos de laserterapia. Os resultados obtidos com 55 pacientes apontaram para redução significativa do volume, fluido extracelular e solidez do membro acometido, de 2 a 3 meses após o tratamento com 2 ciclos de laserterapia. O tratamento com 1 ciclo foi mais significativo que o placebo, porém, menos que o de 2 ciclos(24) . Ainda, trata-se de modalidade terapêutica cujas pesquisas para o tratamento do linfedema estão em fase inicial.



DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento para o linfedema com a TCD, que vem sendo amplamente utilizada, é composto de duas fases: fase intensiva e fase de manutenção. Na primeira fase, cujo objetivo é a redução máxima do volume do membro com melhora estética e da funcionalidade, aplica-se à DLM, enfaixamento compressivo funcional e exercícios. Já na segunda fase, os recursos aplicados são a automassagem, exercícios, uso da braçadeira (contensão elástica). Seu objetivo é manter pelo máximo de tempo as reduções obtidas na fase intensiva(2,4). Os cuidados diários com a pele devem ser realizados nas duas fases.

Os trabalhos apresentados nos resultados apontaram que técnicas isoladas não foram suficientes para a redução do linfedema(16-17,20). As modalidades de exercícios e a CP utilizados sem associações podem não ser benéficas, pois é necessário haver desbloqueio linfático prévio que será mantido pela ação da contração muscular e uso de bandagem compressiva(1) e da pressão positiva pneumática(4). A DLM isolada também não é eficaz em linfedemas, sendo que os melhores resultados são encontrados quando associada à compressão e exercícios(1). O enfaixe compressivo não só mantém como incrementa a absorção linfática e, em conjunto com a cinesioterapia, estimula o funcionamento linfático(2).

A CP pode trazer complicações caso as vias linfáticas do tronco não tenham sido esvaziadas e estimuladas previamente(2). Os vasos linfáticos superficiais são pequenos e frágeis, podendo ser lesados e rompidos pela alta pressão pneumática. Se houver insuficiência da drenagem profunda, a região do corpo acima da câmera pneumática torna-se congestionada, o que pode originar nova área de linfedema e reduzir ainda mais a capacidade para coletar linfa(2). Talvez essa possa ser a explicação para o não sucesso da técnica isolada.

Como já mencionado, as técnicas aplicadas de forma isolada podem não ser eficientes para a redução do linfedema, mas a substituição de uma das modalidades por outra tão eficaz pode trazer bons resultados e tornar o atendimento menos repetitivo. A DLM foi comparada com a EVA e ambas as técnicas se mostraram capazes de reduzir o linfedema, entretanto, a redução foi maior com uso da EVA(23). Nos estudos apresentados com o uso da EVA(7,10,23), foi aplicada a corrente com polaridade negativa e intensidade no nível motor. A explicação para os seus resultados pode ser dada pela redução da permeabilidade capilar à proteína plasmática, efeito de bomba muscular e repulsão das cargas (corrente negativa e proteínas negativas)(7,10,22). Entretanto, há a necessidade de se conduzir estudos randomizados e que incluam amostras mais representativas, capazes de realmente demonstrar a eficácia e possíveis vantagens da EVA em relação à DLM.

A pesquisa feita com a laserterapia para redução do linfedema apontou as seguintes hipóteses para seus efeitos: restauração da drenagem linfática axilar por estimulação de novas vias linfáticas, amolecimento do tecido fibroso e da cicatriz cirúrgica, efeitos sistêmicos relacionados ao volume de fluido extracelular e redução de fluido tissular acumulado por mudanças no fluxo sanguíneo. A aplicação da laserterapia ainda oferece efeito analgésico(24-25). Para sua implemantação na prática, ainda há a necessidade de mais pesquisas.

Apesar de o tratamento administrado pelo profissional apresentar grande porcentagem de redução do volume do membro acometido, o tratamento realizado somente pela paciente pode ser útil caso ela não consiga seguir uma terapia com profissional(25). O conjunto de todo tratamento, elevação, massagem terapêutica, exercícios, compressão e medicamentos, é mais adequado quando realizado por uma equipe interdisciplinar, sendo a cirurgia para recanalização linfática utilizada quando o tratamento conservador é ineficaz(26). Como parte de um tratamento interdisciplinar, a dietoterapia com TCM é apontada como benéfica na redução do linfedema, pois, ao contrário dos triglicerídeos de cadeia longa, os de cadeia média são absorvidos diretamente na corrente sanguínea e não sobrecarregam o sistema linfático. A obesidade também é considerada fator de risco para o linfedema e a dietoterapia para a redução de peso parece ser útil no seu tratamento(15).


CONCLUSÃO

Desta revisão de literatura pode-se concluir que, dentre as modalidades terapêuticas utilizadas no tratamento do linfedema, sem dúvida a TCD é a que apresenta maior respaldo científico. Sua aplicação com a CP se mostrou eficaz e novas técnicas com resultados satisfatórios estão sendo estudadas, como a EVA e a laserterapia. Os efeitos mais benéficos são obtidos com técnicas combinadas e, de acordo com a fisiopatologia do linfedema, cabe ao fisioterapeuta eleger a melhor combinação de modalidades, mediante avaliação pormenorizada de cada caso.

Acesso ao artigo original