Uso de recursos eletrotermoterapêuticos pelo fisioterapeuta dermato-funcional









1) Laserterapia (Epilação) - Luz Intensa Pulsada (Epilação, tratamento de manchas, rejuvenescimento) - Leds (Pós cirurgias, acnes, etc)


O Laser para epilação e a Luz Intensa Pulsada são classificados como recursos fototerapêuticos, e atuam com o principio básico da fototermólise seletiva, ou seja, a radiação luminosa apresenta predileção por certo tipo de cromóforo (grupo de átomos que confere cor a determinadas estruturas do corpo), e o mais atingido por estas radiações é a melanina (cor preta). Portanto, quando a radiação luminosa do Laser ou Luz Intensa Pulsada atinge o pêlo escuro, em virtude da presença de melanina, a radiação é absorvida por ele aumentando a temperatura até o folículo piloso deixando-o inoperante para a produção de um novo pêlo.

A epilação a Laser ou com Luz Intensa Pulsada está inclusa no conjunto de afecções estéticas tratadas pela fisioterapia dermato-funcional, portanto, estas formas de radiação luminosa fazem parte do conjunto de recursos terapêuticos disponíveis para uso do fisioterapeuta Dermato-Funcional. Diante do fato de que a Dermato-funcional ainda não é uma especialidade reconhecida pelo COFFITO, devemos ressaltar que quando a traumatofuncional, a pneumofuncional e a neurofuncional ainda não eram reconhecidas, vários recursos terapêuticos novos foram classificados como sendo apropriados para essas especialidades. E atualmente, e isso não há como negar, há vários fisioterapeutas (e até esteticistas) trabalhando empregados em clínicas onde o medico não "põe a mão" no aparelho, quem faz tudo é o fisioterapeuta, pois o manuseio do equipamento é simplório e a técnica tem mínima complexidade.

O Laser para depilação é considerado um método não invasivo e sem poder ablativo (lesivo), por isso, é chamado de laser cosmético, diferentemente dos Lasers ablativos (CO2, Argônio, etc) usados na medicina estética que são considerados recursos cirúrgicos e tem seu uso restrito ao profissional médico. Já a Luz Intensa Pulsada, alem de também não ser invasiva, é minimamente ablativa (mínimo risco de lesão), com isso, ela também consegue tratar manchas e estimular a produção de colágeno para o tratamento rejuvenescedor.

O risco de queimadura existente no uso destas formas de radiação luminosa, comentado por muitos, se assemelha ao risco que encontramos em outros recursos eletrotermoterapêuticos, portanto, se manusearmos de forma inapropriada quaisquer destes recursos poderemos lesionar também o paciente/cliente. Se o fisioterapeuta não puder fazer a epilação com laser/Luz Intensa Pulsada pelo risco de queimadura, também não poderá usar ondas curtas, microondas, infravermelho, forno de Bier, corrente galvânica, ultra-som, e até o turbilhão, pois todos eles podem queimar o paciente desde que sejam mal empregados!



2) Eletrolipólise (Eletrolipoforese) com agulhas (Tratamento de gordura localizada e celulite)


A eletrolipólise é a técnica destinada ao tratamento de gordura localizada e celulite que emprega agulhas de acupuntura inseridas no tecido subcutâneo gorduroso no intuito de conduzir uma corrente elétrica de baixa freqüência (contínua ou alternada) para estimular as terminações nervosas simpáticas e com isso, desencadear a lipólise.

Questiona-se nesta técnica o caráter invasivo do método por causa da inserção da agulha, entretanto, justifica-se o uso desta técnica por parte do fisioterapeuta dermato-funcional pelo fato do COFFITO, através das Resoluções nº 60 e 97, autorizar o exercício profissional do fisioterapeuta para manobras invasivas através da acupuntura.

É importante ressaltar que mesmo que o fisioterapeuta dermato-funcional não tenha formação em acupuntura conseguirá realizar a eletrolipólise tendo em vista que a agulha de acupuntura é usada apenas como um "eletrodo" para conduzir a corrente elétrica e não é exigido que o profissional reúna conhecimentos sobre a técnica de acupuntura (localização de meridianos e pontos acupunturais, assim como exame do pulso e saburra da língua, etc.), pois a agulha é inserida em locais específicos onde esteja localizada a gordura/celulite a tratar. Atualmente a eletrolipólise vem sendo largamente utilizada em todo o território nacional por profissionais especializados ou não em fisioterapia dermato-funcional e até por estudantes de fisioterapia, dada a sua simplicidade, segurança (não atinge órgãos) e eficácia comprovada.



3) Radiofreqüência (Tratamento de rugas, estrias, flacidez, gordura localizada, celulite)


A Radiofreqüência é um recurso termoterápico destinado a produzir calor no interior dos tecidos e, com isso, estimular a contração de fibras colágenas ou a "quebra" de cadeias fibróticas, prevenindo ou tratando rugas, flacidez cutânea, celulite, gordura localizada, etc.

O principio de funcionamento da Radiofreqüência se assemelha ao do ondas curtas e do microcondas terapêutico, pois utiliza ondas eletromagnéticas (radiofreqüência) para produzir calor e com isso seus efeitos terapêuticos.

Em virtude da semelhança no mecanismo de ação destes recursos terapêuticos (nenhum deles possui ação ablativa, usam o mesmo mecanismo de ação terapêutica, e só possuem ação térmica sobre os tecidos), o risco de queimadura presente na Radiofreqüência é o mesmo encontrado nos recursos termoterapêuticos classicamente usados na fisioterapia tradicional que usam ou não ondas eletromagnéticas para produzir seus efeitos, portanto, a Radiofreqüência faz parte do arsenal terapêutico termoterápico da fisioterapia dermato-funcional.

Por tudo isso, classificamos algumas propagandas vindas de fabricantes de aparelhos como equivocadas quando mencionam o termo Radiofreqüência Médica ou para Médicos, pois o fisioterapeuta detém, comumente, maior conhecimento sobre os recursos físicos que usam energia eletromagnética, portanto, estão habilitados ao emprego eficaz deste tipo de equipamento.



4) Microgalvanopuntura (Eletrolifting) (Tratamento de rugas e estrias)


A Microgalvanopuntura/Eletrolifiting caracteriza-se pela introdução de uma agulha finíssima, medindo 2 mm de comprimento, no tecido epidérmico a fim de provocar uma pseudo lesão e, com isso, produzir uma pequena inflamação a fim de estimular a produção de colágeno para o tratamento de rugas e estrias.

O caráter invasivo desta técnica é mínimo, pois a agulha não atinge a derme e conseqüentemente não provoca danos a estruturas nobres da pele, muito menos de regiões profundas, por isso é considerada segura e eficaz, portanto, está garantida para uso por parte do fisioterapeuta dermato-funcional.



5) Ultra-som (Tratamento de gordura localizada, celulite, e pós-cirurgia plástica)


O ultra-som destinado ao fisioterapeuta dermato-funcional possui freqüência de ondas de 3 MHz, caracterizado por agir ao nível superficial (pele e tecidos subcutâneos), portanto, seguro no tocante a lesões em estruturas profundas.

Este recurso é usado de forma clássica no tratamento de celulite e pós-cirurgia plástica para estimular o reparo tecidual ou tratar seqüelas fibróticas. Entretanto, o grande questionamento sobre o uso do ultra-som na fisioterapia dermato-funcional é quanto ao tratamento de gordura localizada onde se utiliza intensidade acima de 2 W/cm2, pois é uma dose considerada "lesiva". Apesar disso, justifica-se o uso do ultra-som com esta potencia em tratamentos de gordura localizada pelo fato desta dose, mesmo considerada "lesiva", não constitui perigo para o paciente/cliente, pois a agressividade das ondas sonoras neste tipo de aplicação tem caráter terapêutico a fim de provocar uma espécie de lise na membrana adipocitária e com isso produzir os efeitos terapêuticos da ultrasonoterapia sem provocar danos a estruturas localizadas acima ou abaixo do tecido subcutâneo, desde que usado de forma apropriada.



6) Microdermoabrasão e Peeling Diamante (Tratamento de rugas, estrias, e peeling).


Estes recursos esfoliantes podem ser usados pelo fisioterapeuta por constituírem-se técnicas de peeling mecânico de caráter superficial (epidérmico), portanto, sem caráter lesivo a estruturas nobres da pele (anexos da pele).



7) Cosméticos

Tendo em vista que os cosméticos são produtos que não modificam as condições fisiológicas da pele, agem na epiderme, não precisam de estudos cientificos para sua comprovação e eficácia e logo são livremente comercializados, exemplo os hidratantes; e sabendo-se que os medicamentos são substâncias que modificam a fisiologia da pele, devem ter estudos que comprovem seu efeito terapêutico, sua segurança e eficácia ao serem submetidas à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil e devem ser receitados por médicos, não há impedimentos para que o fisioterapeuta dermato-funcional possa utilizar cosméticos em seus procedimentos terapeuticos e também realizar prescrição cosmetológica a seus clientes, pois a legislação (Resolução nº 10 (03 jul 78) do COFFITO) não menciona proibições relativas a cosméticos e sim a medicamentos.

Fonte



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