Atuação fisioterapêutica no pós-operatório de lipoaspiração
De acordo com Silva (2001), a lipoaspiração, no Brasil, é uma das técnicas cirúrgicas mais realizadas atualmente. A fisioterapia possui um importante papel, tanto no acompanhamento do pós-operatório, como também em uma avaliação fisioterápica prévia à cirurgia. Neste momento, serão analisados aspectos clínicos gerais e as condições da pele (presença de depressões, irregularidade e flacidez). O outro aspecto que deve ser observado é o estado da musculatura abdominal, pois, se existir flacidez nesta região ela poderá influenciar nos resultados estéticos finais da cirurgia. A fisioterapia deverá atuar previamente ao ato cirúrgico, para que se obtenha um melhor resultado.
No dia seguinte, após o ato cirúrgico, o paciente deve ser estimulado a movimentar-se e é importante que ele se encontre bem hidratado. Pode ocorrer presença de dor na região operada, se houver compressão. Ele deverá ser orientado para os cuidados do uso da cinta modeladora e de peças íntimas (Silva, 2001).
No pós-operatório das lipoaspirações, o trabalho fisioterápico tem sido amplamente indicado, devido aos eventos clínicos comuns como edema, equimoses, lipodestruição, retração cicatricial, hematomas, fibroses e outros. As equimoses podem desaparecer num período de duas a três semanas, enquanto o edema pode persistir de três a quatro meses. Porém, com o acompanhamento fisioterápico, pode-se observar sua recidiva em até sete semanas. A sensibilidade pode se encontrar diminuída e com o tempo tende a se normalizar (Silva, 2001).
O trabalho fisioterápico, relata a mesma autora, pode ser iniciado num período de 72 horas a 15 dias, após o ato cirúrgico, pois neste momento é possível atuar na prevenção de fibroses ou retrações. Durante esta fase, as manipulações devem ser de forma precoce e gradativa e devem ser realizadas técnicas desobstrutivas e drenagem linfática manual. Esta última, de acordo com Guirro e Guirro (2002), além de atuar sobre o edema e hematoma, pós lesão, desempenha um papel auxiliar na reparação de ferimentos, devido à ação do fibrinogênio da linfa, que é o elemento responsável pela formação de coágulos que irão formar as barreiras protetoras das lesões. Essa manobra deve ser realizada de forma suave e rítmica, acompanhando a velocidade dos linfagions e a direção da circulação linfática. O ultra-som (3 MHZ) utilizado no pós-operatório imediato está ligado diretamente ao processo de cicatrização. O objetivo da utilização dessa modalidade de energia precoce é proporcionar melhora tanto na circulação sanguínea como na linfática, tornando possível uma melhor nutrição celular. A reabsorção do hematoma é muito importante nesta primeira fase, pois a sua evolução pode favorecer a formação de fibrose. Nos casos em que ocorram aderências e fibroses, a energia ultra-sônica pode ser utilizada como coadjuvante na diminuição dessas seqüelas, aumentando o seu tempo de aplicação ou intensidade. Um outro recurso a ser utilizado é a vacuoterapia ou depressoterapia, que consiste na aplicação de uma pressão negativa sobre a pele, oferecida por diversos tipos de aparatos, com ciclos de aplicações reguláveis, que irá gerar um efeito de ventosa. As chances de diminuir a fibrose com a utilização desse método são bastante evidentes nas cicatrizes recentes, sendo também observado nas lesões antigas possibilitando assim o seu remodelamento. Porém, a sua atuação na reabsorção de edema e utilização no pós-cirúrgico imediato é discutível (Guirro e Guirro, 2002).
Os recursos eletroterápicos podem ser utilizados na presença de dor tardia, após uma avaliação prévia para conhecimento da sua causa primária. Apesar de não existirem pesquisas nesta área, a utilização do laser terapêutico tem apresentado bons resultados. É indicado o uso de filtro solar e contra-indicado a exposição direta ao sol no decorrer do tratamento, com a finalidade de evitar quadros de hiperpigmentação cutânea. A fisioterapia, após o 15.º dia estende o seu trabalho através de um acompanhamento para uma cicatrização e reestruturação tecidual adequada (Silva, 2001).
A subjetividade da avaliação deste processo e a escassez de literatura sobre o assunto foram pontos críticos encontrados para a realização desse trabalho. Para que o tratamento apresente bons resultados, não basta somente a execução precisa da técnica, uma avaliação minuciosa é imprescindível. Além disso, a comprovação dos benefícios e da eficácia dos tratamentos em fisioterapia dermatofuncional constitui uma fonte de referência para futuros estudos e crescimento científico da área. Portanto, este estudo irá beneficiar os fisioterapeutas que trabalham na área de dermatofuncional, realizando atendimentos a pacientes com fibrose cicatricial. A utilização de um novo método de avaliação para quantificar o nível de fibrose cicatricial será de grande valor para a sua prática diária. Este estudo propôs o desenvolvimento e validação de um instrumento de avaliação da fibrose cicatricial em pós-operatório de lipoaspiração, classificando seus níveis através de critérios pré-estabelecidos .
Retirado daqui
Gostou o texto? Nos siga nas redes sociais: Instagram, Facebook e Twitter
Quer anunciar neste blog?
Mande uma mensagem no Whatsapp clicando aqui
Quer sugerir uma pauta?
Mande uma mensagem no Whatsapp clicando aqui ou um email clicando aqui
Tenho indicações para você apofundar seus estudos na Fisioterapia Dermato-Funcional. Espia só:
Leave a Comment