Tratamento da Acne, a droga Isotretinoina e seus efeitos colaterais
A acne em sua forma mais branda geralmente requer apenas o tratamento tópico. Peróxido de benzoíla, ácido azeláico e antibióticos são geralmente usados para tratar lesões inflamatórias. Os retinóides tópicos são particularmente efetivos em lesões não-inflamatórias, e terapias combinadas são úteis em lesões mistas. A acne moderada geralmente requer a administração de antibióticos via oral, tertraciclina e eritromicina são usualmente os de primeira escolha (GOULDEN, 2003).
Ainda segundo Goulden (2003), para acne vulgar em sua forma severa, a isotretinoína oral é o tratamento de escolha. Além disso, nos últimos anos, os dermatologistas tem aumentado o uso desta droga para tratar acne moderada que não responde a outras terapias sistêmicas, particularmente quando associada com cicatrizes ou significante distúrbios psicológicos.
Considerando que as cicatrizes da acne nodular grave constituem um importante problema de aceitação social, a enfermidade deve sempre ser tratada em sua fase inicial. O tratamento farmacológico é dirigido para inibir a secreção de sebo, a queratinização folicular e a inflamação. Em casos moderados, são utilizados com freqüência antibióticos orais, estrogênios e antiandrogênios e retinóides, sendo estes últimos, reservados aos casos graves e resistentes (DINIZ; LIMA; ANTONIOSI FILHO, 2002)
Ainda segundo Diniz; Lima; Antoniosi Filho (2002) a isotretinoína, quimicamente conhecida como ácido-13-cis-retinóico, faz parte do amplo grupo de compostos relacionados à vitamina A. É empregada particularmente no tratamento da acne cística e nodular e como inibidor da proliferação de células neoplásicas, por exercer efeito regulador sobre a diferenciação celular.
De acordo com Brito et al. (2010) esta droga é um tipo de retinóide e, desde sua introdução, há cerca de 25 anos, tem sido amplamente utilizado para o tratamento tópico e sistêmico de várias dermatoses: psoríase, desordens de queratinização, genodermatoses queratóticas e acne severa, além de tratamento e/ou quimioprevenção do câncer de pele e outras neoplasias. Os retinóides atuam no crescimento e diferenciação das células epidérmicas, assim como interferem na atividade da glândula sebácea e possuem propriedades imunomoduladoras e antiinflamatórias; são derivados sintéticos da vitamina A (retinol) e desenvolvem um papel fundamental, no tratamento da acne, porque agem na lesão primária: o microcomedo, além de seu importante papel na supressão sebácea.
Segundo Guirro, E. e Guirro, R. (2004), o ácido retinóico, também conhecido como tretinoína ou vitamina A ácida, é uma substância intermediária no processo de síntese da vitamina A, é considerado um agente farmacologicamente potente para a aplicação tópica na pele. A reação epidérmica ao ácido retinóico, morfológica e histologicamente, revela uma característica psoriasiforme.
Para Borges, 2006 a tretinoína tem ação queratolítica e esfoliante em nível celular, estimulando a síntese de colágeno novo. É tradicionalmente usado no tratamento de acne, para acelerar o turnover da epiderme e prevenir a formação de comedões, também pode ser usado no tratamento de estrias e de melasma. Em alopecias é usado principalmente associado ao minoxidil, com finalidade de aumentar a absorção desses.
Várias experiências clínicas com tretinoína tópica indicam sua utilização em dermatoses como: acne, verruga plana, envelhecimento extrínseco (fotoenvelhecimento) etc. O ácido retinóico, além de causar hiperemia e efeito descamativo da pele, produz protusão dos comedões para a superfície, algumas vezes através de um processo inflamatório, havendo uma exacerbação das lesões preexistentes, bem como daquelas até então incertas (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Segundo Sampaio e Bagatin (2008) os efeitos colaterais mais comuns da isotretinoína são: secura labial ou queilite; ressecamento da mucosa nasal podendo causar epitaxes; xeroftalmia, com risco de conjuntivite se não controlada, sobretudo em usuários de lentes de contato; secura da pele com descamação e prurido que pode ser mais intensa nos indivíduos atópicos, e discreta alopecia. Outras reações adversas já descritas mas raramente observadas são cefaléia, artralgias, dores musculares, principalmente em atletas, nervosismo, insônia, elevação do colesterol e triglicérides.
Para Coelho et al. (2003) os efeitos colaterias mais comuns desta droga são alteração de pele e mucosas, como ressecamento e prurido, e hipertrigliceridemia; o efeito mais preocupante é a hepatotoxicidade, que, entretanto, é infreqüente e reversível após interrupção da medicação. Outros possíveis para-efeitos são: anorexia, cefaléia, pseudotumor cerebral, queda de cabelo, hemorragia, anemia e tosse.
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